Descobertas ‘cidades’ do período pré-colonial com pirâmides na Amazônia
Achado, inédito, sugere que o oeste da região amazônica não era tão pouco habitado antes da chegada dos colonizadores como se pensava

Publicado em: 27/05/2022 às 16:05 | Atualizado em: 27/05/2022 às 16:47
Pesquisadores da Alemanha descobriram “cidades” na Amazônia da Bolívia que datam da era pré-colonial. O achado, inédito, foi descrito em um estudo publicado na revista “Nature” na quarta-feira (25).
Os locais foram descritos pelos cientistas como “assentamentos urbanos de baixa densidade”. Ao todo, os pesquisadores encontraram dois grandes assentamentos e mais 24 menores. Dos 26, 11 ainda não eram conhecidos.
Os lugares pertenceram à cultura Casarabe, que se desenvolveu no sudoeste da Amazônia boliviana no período de 500 a 1400 d.C. Antes da descoberta, havia evidências apenas de locais isolados, pois a vegetação densa dificulta o mapeamento das florestas tropicais.
Para encontrar os novos assentamentos, os cientistas usaram uma tecnologia chamada “lidar”, um mapeamento a laser aéreo que funciona disparando feixes infravermelhos de um avião, helicóptero ou drone em direção à superfície e capturando os sinais refletidos.
Leia mais
Botos brincam com sucuri na Amazônia e diversão intriga cientistas
Pirâmides
A arquitetura dos assentamentos incluía plataformas escalonadas – sobre as quais havia estruturas em forma de U, montículos de plataforma retangulares e pirâmides cônicas de até 22 metros de altura. Também havia uma infraestrutura maciça de gestão de água, com canais e reservatórios.
Os resultados indicam, segundo os cientistas, que o padrão de assentamento da cultura Casarabe representa um tipo de urbanismo tropical de baixa densidade que não havia sido descrito anteriormente na Amazônia.
“Propomos que o sistema de assentamento da cultura Casarabe é uma forma singular de urbanismo agrário tropical de baixa densidade – até onde sabemos, o primeiro caso conhecido para toda a planície tropical da América do Sul”, dizem os estudiosos.
Leia mais no G1.
Foto: Reprodução/H. Prümers /Nature