Desmatamento em áreas protegidas da Amazônia subiu 79% em 3 anos
Segundo relatório do Instituto Socioambiental, há uma alta de 138% apenas em terras indígenas em comparação com o período de 2016 a 2018

Publicado em: 22/12/2021 às 14:19 | Atualizado em: 22/12/2021 às 14:19
O desmatamento durante a gestão Bolsonaro (2019 a 2021) aumentou 79% em comparação com os três anos anteriores (2016 a 2018) nas áreas que deveriam ser protegidas na Amazônia (Unidades de Conservação e terras indígenas).
A análise foi feita por especialistas do Instituto Socioambiental (ISA) e divulgada pelo G1.
Os dados foram extraídos do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), base do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) considerada a mais precisa para medir as taxas anuais.
Leia mais
Desmatamento na Amazônia é sete vezes a cidade de SP até novembro
O governo já havia anunciado em novembro uma alta geral de 22% em todo bioma em comparação com o ano anterior.
O relatório do ISA tem um enfoque diferente e, apesar de usar a mesma base de dados, analisa os resultados dos últimos três anos para as áreas protegidas, que representam um dos pilares para a proteção da floresta na legislação ambiental do país.
Segundo o G1, o Ministério do Meio Ambiente não se manifestou sobre as políticas em andamento.
Unidades de conservação
A alta de 79% é referente ao desmate realizado em todos os tipos de Unidades de Conservação (UCs), sejam elas federais ou estaduais e terras indígenas da Amazônia, referentes aos estados de Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Acre.
As UCs são reguladas pela Lei nº 9.985, de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e são demarcadas com o objetivo de preservar a biodiversidade.
Elas podem ser de uso sustentável – quando há liberação para extração dos recursos por moradores, respeitando normais específicas – ou de proteção integral – sem usufruto de comunidades.
Foto: Fernando Augusto/Ibama