Desmatamento na Amazônia é sete vezes a cidade de SP até novembro

Caos fundiĂ¡rio, falta de fiscalizaĂ§Ă£o e invasĂ£o de terras pĂºblicas sem uso da UniĂ£o ajudam a explicar destruiĂ§Ă£o da regiĂ£o

AmazĂ´nia foi desmatada 150% a mais em dezembro

Publicado em: 20/12/2021 Ă s 20:45 | Atualizado em: 20/12/2021 Ă s 20:45

A AmazĂ´nia Legal perdeu 10.222 km² de floresta entre janeiro e novembro de 2021, o equivalente a sete vezes o tamanho da cidade de SĂ£o Paulo.

É o maior acumulado dos Ăºltimos 10 anos para o perĂ­odo, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento, do Imazon, publicados nesta segunda-feira (20).

Apenas em novembro, foram 480 km² desmatados na regiĂ£o, a segunda pior taxa para o mĂªs em dez anos (o recorde foi registrado em 2020, com 484 km²).

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Mais da metade do desmatamento mensal, 54%, estĂ¡ concentrada em uma categoria chamada pelo Imazon de “Ă¡reas privadas ou terras pĂºblicas sob diversos estĂ¡gios de posse”, que compreendem: terras pĂºblicas nĂ£o destinadas; terras pĂºblicas inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR); imĂ³veis privados cadastrados no Incra. Elas nĂ£o estĂ£o indiscriminadas no levantamento.

“NĂ£o conseguimos separar o desmatamento mensal ocorrido em Ă¡reas privadas das Ă¡reas pĂºblicas em diferentes estĂ¡gios de posse por causa da falta de dados sobre a posse de terras na AmazĂ´nia, que sĂ£o defasados”, explica a pesquisadora do Imazon responsĂ¡vel pelo levantamento, Larissa Amorim.

JĂ¡ dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da AmazĂ´nia (Ipam) mostram que 54% do desmatamento registrado entre janeiro e outubro de 2021 ocorreram somente em terras pĂºblicas da AmazĂ´nia, sendo 32% em terras pĂºblicas nĂ£o destinadas.

Diferentemente do Imazon, o Ipam usa dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), do governo federal, e consegue fazer a distinĂ§Ă£o de onde ocorreu exatamente o desmatamento de acordo com o cadastro rural da Ă¡rea.

Ainda de acordo com o Ipam, considerando o perĂ­odo entre agosto de 2020 e julho de 2021, o principal responsĂ¡vel pelo desmatamento foi a invasĂ£o de terras pĂºblicas nĂ£o destinadas (28%), seguido pelo desmatamento em imĂ³veis rurais (Ă¡reas privadas; 26%) e, em terceiro, em assentamentos (23%).

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Foto: DivulgaĂ§Ă£o