O Ministério dos Transportes e seus órgãos delegados vêm demonstrando interesse e preocupação com os destinos dos rios da Amazônia.
Tal preocupação se dá especialmente diante da estiagem de 2024, pois, ao que tudo indica, deverá ser mais severa que a vivida no ano passado.
Prova disso é a vistoria técnica que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT ), em colaboração com o Corpo de Engenheiros dos Estados Unidos (USACE), realizou, na semana passada, no trecho entre as cidades de Porto Velho, em Rondônia, e Humaitá, no Amazonas.
A ação foi para acompanhar os serviços de monitoramento hidroviário em curso no rio Madeira e fazer a avaliação das condições do canal de navegação das hidrovias federais.
De acordo com o Dnit, o monitoramento permite o planejamento de atividades como dragagens, derrocagens, sinalizações e alertas sobre restrições à navegação.
Durante a vistoria, a equipe verificou os seguintes procedimentos no rio Madeira:
• levantamentos batimétricos, usando tecnologias de um único feixe sonar e múltiplos feixes sonares;
• medição da vazão do rio por meio de um perfilador acústico de correntes (ADCP);
monitoramento contínuo do perfil da linha d’água;
ajustes nas estações fluviométricas e telemétricas instaladas ao longo do curso d’água. Garantia de navegabilidade
“Tais atividades são essenciais para manter informações precisas sobre as condições do rio, facilitando o planejamento e a manutenção das hidrovias federais para garantir a navegabilidade segura e eficiente”, disse o diretor-geral do Dnit, Fabricio de Oliveira Galvão.
Além das inspeções, o Dnit se reuniu com representantes do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) para discutir e trocar conhecimentos sobre o monitoramento hidroviário dos rios amazônicos.
O objetivo, segundo o órgão é aprimorar os monitoramentos diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Hidrovia do Madeira
Quem também fez menção, esses dias, sobre a concessão da hidrovia do rio Madeira, foram diretores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Ao participar do evento Norte Export 2024, o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, falou sobre o “Desenvolvimento das conexões do transporte aquaviário na região Norte e boas iniciativas com ganho de eficiência nas operações portuárias”.
Nery destacou os seis projetos de hidrovias prioritários que estão em andamento na agência: a do rio Madeira, Paraguai, Lagoa Mirim, Barra Norte, hidrovia do rio Tocantins e do rio Tapajós.
Evento Norte Export 2024
Ele lembrou que a concessão do rio Madeira está em análise pelo Ministério de Portos e Aeroportos e há expectativa de abertura de audiência pública em breve.
Benefícios das concessões
O diretor-geral relembrou ainda o ganho logístico que as concessões vão trazer ao país. Segundo ele, hoje é pago um alto preço pela ineficiência das hidrovias existentes, isso porque com a falta de dragagem, balizamento e sinalização adequada os transportadores de cargas não podem trafegar a noite, por exemplo”.
Por fim, Eduardo Nery, pontuou benefícios como a geração de emprego e renda, a redução do frete, a melhora no escoamento de grãos, o aumento dos corredores logísticos no país, os ganhos logísticos com a eficiência e a redução da emissão de carbono, tendo em vista que hidrovias são até cinco vezes menos poluentes que uma rodovia.
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Fotos: divulgação