DocumentĂ¡rio traz Ăºltimos passos de Bruno e Dom no Vale do Javari

O documentĂ¡rio "Vale dos Isolados" estreia na Globoplay, retratando a realidade da regiĂ£o do Vale do Javari, no Amazonas, um ano apĂ³s a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

Governo cria GT para dar segurança e expulsar crime ao Vale do Javari

Publicado em: 02/06/2023 Ă s 13:31 | Atualizado em: 02/06/2023 Ă s 13:32

Quase um ano apĂ³s a trĂ¡gica morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britĂ¢nico Dom Phillips, a regiĂ£o do Vale do Javari, no Amazonas, continua enfrentando uma realidade marcada pela insegurança.

Com o objetivo de retratar a vida dos habitantes locais, o documentĂ¡rio intitulado “Vale dos Isolados” estrearĂ¡ na plataforma Globoplay nesta sexta-feira (2/6).

Essa produĂ§Ă£o Ă© resultado do trabalho conjunto de 16 veĂ­culos de imprensa de todo o mundo. Durante 100 dias, os jornalistas entrevistaram lĂ­deres indĂ­genas, amigos de Bruno e Dom, autoridades e pescadores ilegais.

Bruno e Dom eram defensores da AmazĂ´nia e desapareceram em 5 de junho do ano passado. Os restos mortais dos dois foram encontrados 10 dias depois.

Bruno denunciava atividades ilegais na regiĂ£o, como pesca, mineraĂ§Ă£o e exploraĂ§Ă£o de madeira, enquanto o jornalista Dom acompanhava o trabalho do indigenista para escrever o livro “Como Salvar a AmazĂ´nia”.

Por esse motivo, o documentĂ¡rio, dirigido pela jornalista SĂ´nia Bridi, Ă© considerado uma continuaĂ§Ă£o do trabalho iniciado por Bruno e Dom.

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O consĂ³rcio Forbidden Stories declara: “Quase um ano atrĂ¡s, o jornalista do The Guardian, Dom Phillips, e o indigenista brasileiro, Bruno Pereira, foram assassinados. Eles perderam suas vidas enquanto tentavam informar o mundo sobre os crimes daqueles que estĂ£o destruindo a ‘floresta pulmĂ£o’ do planeta. No entanto, os assassinos de Bruno e Dom nĂ£o conseguirĂ£o silenciar a divulgaĂ§Ă£o das informações. Matar os mensageiros nĂ£o eliminarĂ¡ a mensagem”.

Nos Ăºltimos anos, os crimes ambientais se tornaram um dos assuntos mais perigosos para os jornalistas abordarem.

Segundo os RepĂ³rteres Sem Fronteiras, em mĂ©dia, dois jornalistas sĂ£o mortos a cada ano em decorrĂªncia de seu trabalho relacionado a desmatamento, mineraĂ§Ă£o ilegal, grilagem de terras, poluiĂ§Ă£o e outros temas ligados Ă s indĂºstrias extrativas.

Os defensores do meio ambiente também enfrentam sérios perigos.

De acordo com um relatĂ³rio da Global Witness, entre 2010 e 2020, 1.700 ativistas ambientais foram assassinados.

Evento em memĂ³ria

Para marcar o primeiro ano da morte de Bruno e Dom, a Universidade de BrasĂ­lia (UnB) sediarĂ¡ um evento na segunda-feira (5/6), reunindo artistas, autoridades e lĂ­deres indĂ­genas.

Com a participaĂ§Ă£o de artistas como Chico CĂ©sar e lĂ­deres do Vale do Javari, como Beto Marubo e EliĂ©sio Marubo, a homenagem ocorrerĂ¡ no Centro de ConvivĂªncia Multicultural dos Povos IndĂ­genas da UnB, conhecido como Maloca, Ă s 16h. O evento serĂ¡ aberto ao pĂºblico.

A informaĂ§Ă£o consta na matĂ©ria de Aline Gouveia e publicada no Correio Braziliense

Foto: reproduĂ§Ă£o/Funai e Twitter