As doenças tropicais da Amazônia aumentam as chances de problemas cardíacos. Esse será um dos temas de mesa redonda nesta sexta-feira, dia 29, durante o segundo dia do 10º Congresso Amazonense de Cardiologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, regional Amazonas (SBC-AM), no Hotel Quality Manaus, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul da cidade.
De acordo com o coordenador da mesa, o doutor em Cardiologia pela USP e professor do curso de pós-graduação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), João Marcos Barbosa, um dos maiores desafios da área é aumentar a quantidade de pesquisas que identifiquem as peculiaridades da região.
“Essa é a característica da nossa região: doenças do mundo moderno, como hipertensão, diabetes, AVC, infarto, arteriosclerose, doenças infecciosas e mais as que em outras regiões já não existem ou são raras, como leishmaniose, hepatites virais, malária, doenças de chagas, etc. Além de termos as doenças comuns do mundo moderno, temos também as nossas doenças infecciosas que causam e agravam os problemas cardíacos. Isso é o que queremos discutir na mesa redonda”, destaca o médico.
MALÁRIA
João Marcos Barbosa afirma que pesquisas indicam que a malária pode causar problemas cardíacos.
“Há pesquisas que mostram que a malária causa danos ao coração, assim como a doença de chagas, que é uma doença que no sul e sudeste praticamente já não existe mais. Aqui está até aumentando a frequência. Essas doenças infecciosas da região têm efeito para quem já tem problema cardíaco e para o paciente que não é cardíaco. Quem já é pode ter o quadro piorado e quem não é pode se tornar, a partir da infecção”, explicou o médico.
Apesar desta peculiaridade, segundo o médico, a maioria das pesquisas e tratamentos usados nos estados da Amazônia é com base em estudos e resultados obtidos em outras regiões do País. Em função disso, a mesa redonda “Coração da Amazônia” terá debates em torno das “Peculiaridades da epidemiologia das doenças cardiovasculares na Amazônia”, “O coração nas doenças tropicais” e “Perspectivas da pesquisa em doenças cardiovasculares na Amazônia”.
“A gente quer discutir o fato de que tem poucas pesquisas sobre doenças cardíacas na Amazônia. Queremos estimular pesquisas locais”, afirmou o cardiologista.
A mesa redonda “Coração da Amazônia” será de 11h30 a 12h30 nesta sexta-feira, dia 29,
O Congresso
Além deste tema, o Congresso Amazonense de Cardiologia, que teve início nesta quinta-feira (28), conta com o total de quatro simpósios e seis mesas redondas, debates e palestras com especialistas em tratamento e doenças cardiovasculares voltados para profissionais da área médica. A conferência de abertura do Congresso foi com o médico cardiologista Sérgio Thiesen, do Rio de Janeiro, com o tema “Espiritualidade e Doenças Cardiovasculares”.
*Com informações da assessoria de imprensa.