‘Dragagem’ no braço para socorrer 8 mil pessoas em Parintins

Moradores de 10 comunidades escavam igarapé para tentar passar com canoas

Igarape do Caburi

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas

Publicado em: 19/10/2023 às 10:41 | Atualizado em: 19/10/2023 às 10:45

Ao menos 80 pessoas se reuniram no fim de semana que passou para “dragar”, no braço, um igarapé na margem esqurerda do rio Amazonas, em Parintins (AM).

O esforço é para tentar socorrer 8 mil pessoas que estão isoladas em 10 comunidades rurais:

Divino Espírito Santo do Aduacá;

Nossa Senhora das Graças do Aduacá;

Santo Antônio do Panauaru;

Aparecida do Panauaru;

Buiuçu;

Santa Terezinha do Caburi;

Palhal;

Vila Nogueira;

Lago da Esperança; e

Caburi

Os moradores desses lugares não conseguiram mais sair de suas comunidades porque os lagos e o paraná onde vivem secaram na estiagem extrema que atinge o Amazonas.

Entre essas localidades prejudicadas está a Vila de Caburi, chamada pelos moradores locais de cidade do Caburi. Isso porque ali vivem 4 mil pessoas e um forte comércio se ergue no local.

Mas a seca prejudicou todo mundo no Caburi. O único igarapé que interliga a cidade ao rio principal, o Amazonas, ficou com nível muito baixo.

Os barcos pequenos usados em vazantes regulares não conseguem passar por lá.

Há duas semanas, eles utilizavam canoas.

Mas, agora, nem canoas. E o problema não é apenas a baixa profundidade do canal, que eles tentam afundar. Âmagos e outros pedaços de paus se sedimentaram no canal. Eles são complicações, porque quebram hélices de rabetas e voadeiras.

Enquanto a água não chega de volta, a solução que encontraram foi escavar o igarapé e retirar, com força humana, imensas toras de madeira.

No sábado que vem, eles vão voltar ao trabalho comunitário. Dessa vez, limpando e olhando para o nível das águas do rio Amazonas esperançosos de que a vazante termine.

Veja o registro feito sobre o trabalho

Relato e vídeos: Professor Paulo Brilhante