Ei! Eu sou o ipê da Djalma Batista. Joguem água em mim!

Tô vendo vocês aí preocupados com meus irmãos e parentes da floresta. Eles, de fato, merecem atenção, proteção. 

Noto a angústia de vocês, de mãos atadas, sem nada poder fazer.

Mas… e eu, aqui numa artéria que dá vida à cidade, por acaso, morri? Muitos não aguentaram. 

Morreram, morreram agonizando, anos e anos, desde 2012, quando nos plantaram.

Nem tivemos tempo de mostrar quanto somos bonitos e quanto poderíamos estar fazendo sombra para aliviar o calor desta avenida.

Será que estou invisível? Ou será que não tenho nenhuma importância para vocês?

Então, assim como todas as vidas desta Amazônia, estou sofrendo com essas temperaturas que nunca vi nos meus 12 anos de vida.

Olhem para mim! Eu também preciso de água. Basta uma gota por dia. Nem precisa esperar a prefeitura, que nunca passou por aqui, refrescando a gente. Não vou nem falar dos meus vizinhos, moradores e comerciantes.

Eu ainda quero viver!

Eu sou o ipê da avenida Djalma Batista!

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Fotos: Ronaldo Siqueira