Em Parintins, professores e técnicos do Ifam aderem à greve nacional

A ausĂªncia de diĂ¡logo e negociaĂ§Ă£o efetiva tem alimentado o descontentamento e a frustraĂ§Ă£o entre os servidores, tornando a greve uma medida de Ăºltimo recurso.

Em Parintins, professores e técnicos do Ifam aderem à greve nacional

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas*

Publicado em: 02/04/2024 Ă s 07:40 | Atualizado em: 02/04/2024 Ă s 07:40

Professores e tĂ©cnicos do Instituto Federal do Amazonas (Ifam/Campus Parintins) durante a assembleia dos servidores ontem (1º) decidiram pela adesĂ£o Ă  paralisaĂ§Ă£o nacional.

O professor Messias Ramos, membro do corpo docente do Ifam/Parintins, explicou ao site ParintinsAmazonas os motivos que levaram a essa determinaĂ§Ă£o.

Conforme ele, a greve foi oficialmente deflagrada a partir desse momento, com a paralisaĂ§Ă£o efetiva prevista para ser deliberada na Assembleia Geral dos servidores em 9 de abril.

Assim, com aproximadamente 90 servidores, sendo 65% deles professores, o Ifam de Parintins estĂ¡ unido em sua determinaĂ§Ă£o de buscar justiça salarial e melhores condições de trabalho.

Como resultado, no dia 9 de abril, nĂ£o haverĂ¡ mais atividades.

Motivos

Os motivos por trĂ¡s dessa aĂ§Ă£o coletiva sĂ£o, primeiramente, a questĂ£o do reajuste salarial. Desde 2016, os docentes enfrentam um congelamento salarial, enquanto os TĂ©cnicos Administrativos em EducaĂ§Ă£o (TAEs) nĂ£o recebem um reajuste desde 2014.

Essa estagnaĂ§Ă£o financeira, segundo Ramos, resultou em uma reduĂ§Ă£o alarmante do poder de compra, estimada em mais de 33%, impactando significativamente a qualidade de vida dos servidores.

Por conseguinte, outro ponto crĂ­tico Ă© a demanda por uma reestruturaĂ§Ă£o dos planos de carreira das categorias envolvidas.

Essa revisĂ£o Ă© vital para garantir progressĂ£o profissional e reconhecimento adequado do trabalho realizado pelos servidores ao longo do tempo.

AlĂ©m disso, a falta de propostas concretas por parte do governo para o reajuste dos servidores da educaĂ§Ă£o federal Ă© um fator agravante.

A ausĂªncia de diĂ¡logo e negociaĂ§Ă£o efetiva tem alimentado o descontentamento e a frustraĂ§Ă£o entre os servidores, tornando a greve uma medida de Ăºltimo recurso.

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Servidores

Para Messias, Ă© importante ressaltar que, ao contrĂ¡rio de algumas instituições onde as decisões grevistas sĂ£o lideradas por sindicatos, no Ifam de Parintins a mobilizaĂ§Ă£o ocorreu devido Ă s condições enfrentadas pelos servidores.

NĂ£o hĂ¡ uma representaĂ§Ă£o sindical direta, mas sim um comando estadual da greve. Os servidores foram convidados a participar das discussões e, embora ainda nĂ£o haja uma comissĂ£o de greve formalmente estabelecida, Ă© esperado que isso ocorra nos prĂ³ximos dias.

A greve Ă© um ato de resistĂªncia e solidariedade, uma demonstraĂ§Ă£o de que os servidores estĂ£o dispostos a lutar pelos seus direitos e pela valorizaĂ§Ă£o da educaĂ§Ă£o pĂºblica.

Segundo o professor Wendel Oliveira, os servidores do IFAM Campus Parintins decidiram aderir ao movimento de greve.

“Campus Parintins Ă© o primeiro do Estado do Amazonas a decidir pela greve. Em todo o paĂ­s jĂ¡ sĂ£o mais de 300 Campi dos IFs paralisados”, diz Oliveira.

A direĂ§Ă£o do Campus do Ifam local nĂ£o se manifestou ainda sobre esse fato.

*Com informações do site ParintinsAmazonas.

Foto: divulgaĂ§Ă£o