Exposição suíço-brasileira destaca arte, ciência e preservação na Amazônia

Mostra em Manaus reúne obras raras e integra programação da Suíça rumo à COP 30

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 09/08/2025 às 07:00 | Atualizado em: 09/08/2025 às 09:06

A exposição “O legado suíço-brasileiro na Amazônia: arte, ciência e sustentabilidade” está aberta ao público no Palacete Provincial, em Manaus, até 14 de setembro.

Com abordagem educativa e tecnológica, a mostra evidencia as contribuições históricas da Suíça para a preservação da biodiversidade amazônica.

Obras raras e legado científico

O acervo reúne 337 ilustrações de aves amazônicas do Museu de História Natural de Berna, na Suíça, e 22 xilogravuras coloridas de flores brasileiras.

As peças retratam o trabalho do naturalista suíço Emílio Goeldi e do artista Oswaldo Goeldi, seu filho, ambos reconhecidos pela atuação científica e cultural na Amazônia.

A abertura oficial ocorreu na quinta-feira (7 de agosto), mas a pré-estreia foi realizada no dia 1º, durante a celebração da Data Nacional da Suíça.

O evento, promovido pelo Consulado-Geral da Suíça no Rio de Janeiro, contou com autoridades estaduais e municipais, pesquisadores, startups e membros da comunidade suíça no Amazonas, formada por mais de 60 famílias.

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Cooperação cultural e ambiental

O cônsul-geral da Suíça no Rio de Janeiro, Michael Schweizer, destacou que a exposição fortalece o intercâmbio cultural e científico entre os dois países.

“Estamos celebrando Emílio Goeldi, um naturalista suíço que esteve no Brasil há muitos anos para esta causa. Esse legado suíço-brasileiro na Amazônia faz parte do programa Road to Belem, da Embaixada Suíça junto com o Time Suíça no Brasil”, afirmou, ressaltando a conexão com a preservação da floresta e a preparação para a COP-30.

A curadora institucional, Lani Goeldi, lembrou que as obras foram produzidas a partir de seis anos de expedições pela floresta e publicadas em 1900 como obra científica.

“Muitas dessas aves estão extintas. É preciso mostrar o que Goeldi viu. Ele foi um homem extremamente visionário”, disse, reforçando a relevância da mostra no momento em que a Amazônia ganha destaque internacional.

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Rumo à COP-30

A exposição integra o programa Road to Belem, que reúne iniciativas da Suíça para fomentar soluções sustentáveis e inovadoras com foco na COP-30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA).

A pré-estreia também marcou o encerramento do programa nexBio Amazônia 2025, voltado à cocriação de soluções para a bioeconomia na região.

Quem foi Emil August Goeldi (1859-1917)

Origem: naturalista suíço radicado no Brasil

Atuação na Amazônia: dirigiu o Museu Paraense de História Natural e Etnografia, hoje Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém-PA).

Contribuições científicas: catalogou centenas de espécies de aves e outros animais, além de plantas da Amazônia.

Legado: seu trabalho é referência para pesquisas de biodiversidade e conservação até hoje.

Reconhecimento: pioneiro na defesa da preservação ambiental na Amazônia, projetou a importância da floresta para o mundo.

Foto: Embaixada da Suíça/divulgação