Extrair potássio no AM não passa de promessa de campanha de Bolsonaro  

Entidade diz que levaria uns sete anos para começar a exploração do minério.

Extrair potássio no AM não passa de promessa de campanha de Bolsonaro  

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 23/03/2022 às 10:04 | Atualizado em: 23/03/2022 às 10:26

A extração de potássio no Amazonas é uma das promessas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é viabilização da mineração em terras indígenas.

Segundo o Uol, a ideia de extrair o potássio em áreas remotas amazônicas não é nova.

Contudo, nunca avançou porque os projetos precisam vencer grandes desafios técnicos, ambientais e financeiros.

Por exemplo, é o caso do projeto de Lei 191/2020, que libera a exploração de minérios em terras indígenas e tramita em regime de urgência na Câmara.

Dessa forma, ainda que o presidente e sua bancada consigam aprová-lo, a extração do potássio seria um trabalho complexo.

Ao mesmo tempo, caro e que levaria ao menos de 5 a 7 anos para começar.

Essa é a afirmação da geóloga, professora da UnB (Universidade de Brasília) Suzi Huff Theodoro, vinculada à Febrageo (Federação Brasileira de Geólogos).

Dessa maneira, segundo nota técnica da entidade, o processo “precisa vencer desafios tecnológicos significativos em função das características desse tipo de minério (alta solubilidade)”.

Leia mais

Extrair potássio no AM não é algo que Bolsonaro verá no seu governo

Promessa

Conforme a publicação do Uol, o informe “Avaliação do Potencial de Potássio no Brasil”, existem ao menos 3,2 bilhões de toneladas de minério na região.

Os maiores depósitos estão nos municípios de Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara, no Amazonas.

Nesse sentido, dados da ANM (Agência Nacional de Mineração), porém, mostram que grande parte desses depósitos está fora das áreas indígenas.

Além do mais, a proposta do governo de extrair esses minérios em territórios indígenas já foi rejeitada pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), instituição que representa as empresas de mineração.

Em conclusão, A proposta serve mais para cumprir uma promessa de campanha do presidente do que para efetivamente apoiar o desenvolvimento do setor, afirma Theodoro.

Leia mais no Uol.

Foto: Alan Santos/PR