A facção criminosa venezuelana El Tren de Aragua, conhecida por sua alta periculosidade, atravessou a fronteira brasileira e estabeleceu presença em bairros de Boa Vista, Roraima. Com origem no presídio de Tocorón, na Venezuela, o grupo expandiu suas operações para o tráfico de drogas, contrabando e exploração sexual em vários países, incluindo o Brasil, aproveitando-se da crise migratória venezuelana para se infiltrar em territórios estrangeiros.
Segundo o Ministério Público de Roraima (MP-RR), a facção já possui membros presos no estado e busca ampliar seu domínio para novos bairros da capital.
Apesar de alguns registros de violência associados ao grupo, como homicídios brutais, não houve conflitos diretos com facções brasileiras, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Pelo contrário, há indícios de acordos, especialmente com o CV, fortalecendo o controle do grupo sobre áreas estratégicas, como regiões de garimpo ilegal.
A presença do El Tren de Aragua em Roraima preocupa as autoridades brasileiras.
O estado abriga cerca de 180 mil venezuelanos – aproximadamente 25% de sua população –, tornando-se um ponto estratégico para a atuação criminosa.
Além disso, o número de venezuelanos encarcerados em penitenciárias locais quintuplicou em seis anos, incluindo integrantes da facção.
O líder do grupo, Héctor Rustherford Guerrero Flores, conhecido como Niño Guerrero, permanece foragido após fugir do presídio de Tocorón, onde liderava operações criminosas.
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Seu plano de expansão transnacional colocou a facção sob o radar da Interpol e das autoridades de segurança de países como os Estados Unidos, que recentemente classificaram a Tren de Aragua como uma organização criminosa transnacional.
Com a expansão da facção e sua colaboração com grupos locais, Roraima enfrenta desafios crescentes de segurança, exigindo monitoramento contínuo e ações coordenadas das forças de segurança para conter a ameaça.
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Foto: reprodução