Mariane Veiga , da Redação*
Era um sábado, 19 de outubro, quando Ademir Maciel dos Santos, de 65 anos, saiu do bairro Coroado, zona leste de Manaus, para pescar com amigos em localidade do bairro Colônia Antônio Aleixo, na mesma região, já às margens do rio Amazonas. Desde então, sua família faz buscas em todos os locais onde ele poderia estar, sem sucesso.
Como os amigos de pescaria não deram informação convincente sobre o paradeiro de Santos, seus filhos procuraram a polícia para registrar a ocorrência. Inicialmente, o caso foi registrado como desaparecimento, investigado pela Delegacia de Ordem Política e Social (Deops), da Polícia Civil.
Agora, e depois de muito pressionar por uma resposta, os filhos conseguiram que a busca pelo pai seja cuidado pela Delegacia de Homicídios e Sequestros (Dehs). Isso ocorreu a partir deste dia 16, informou ao BNC Amazonas uma dos nove filhos de Santos.
Para completar o drama dos filhos, a mãe Margarida Barreto faleceu justamente no dia em que o pai saiu para a pescaria, que já consideram como fatídica. Ela estava internada em hospital após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral).
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Silêncio dos parceiros de pescaria
Segundo uma filha de Santos, de 30 anos, a procura pelo pai começou nesse mesmo 19 de outubro, à noite, quando ele não retornou, como costumeiramente fazia quando saía para pescar.
Os primeiros procurados foram os dois parceiros que partiram com Santos para a comunidade 11 de Maio. São eles conhecidos como David Benacon e outro de apelido “Macaquinho”.
Nessa noite do desaparecimento, Benacon disse aos filhos que não sabia informar o que aconteceu com Santos, mas confirmou que foram para a pescaria, segundo informou a filha. Contudo, no dia seguinte, ele, Benacon, foi à polícia dizer que o amigo havia sofrido “mau súbito” e caído da canoa no rio.
Benacon estava acompanhado de advogado e disse à delegacia que não deu essa informação à família porque teria ficado com medo de ser “acusado” ou “agredido”.
Segundo a filha, nos primeiros dias de desaparecimento, o Corpo de Bombeiros chegou a fazer buscas no local onde Benacon disse que Santos teria sumido.
O interesse da família para que o caso passasse à alçada da Delegacia de Homicídios é porque há suspeita de que Santos tenha sido assassinado. E a pressão é para que Benacon e “Macaquinho” deem esclarecimentos, uma vez confirmado que estiveram juntos no dia do desaparecimento.
Santos, assim como os dois parceiros de pescaria, seria alcoólatra. Essa condição, desconfiam os filhos, pode não ter despertado maior interesse da polícia em apurar o caso. Principalmente pela não intimação dos dois homens que foram vistos com o desaparecido nesse dia 19.
Ao BNC Amazonas , a Polícia Civil disse que a Deops não podia dar informações porque as investigações estariam em andamento.
* Colaborou Aguinaldo Rodrigues, da Redação
Foto: Divulgação