FAS trabalha modelo de atenção básica a favor da Amazônia
"SUS na Floresta" melhora atendimento de saúde dos povos indígenas e ribeirinhos da região amazônica

Publicado em: 21/08/2020 às 13:27 | Atualizado em: 21/08/2020 às 13:27
A Fundação Amazonas Sustentável (FAS), por meio do Todos pela Saúde, iniciativa lançada pelo Itaú Unibanco para enfrentar o coronavírus (covid-19), está articulando a criação do projeto “SUS na Floresta”.
Desse modo, o objetivo é repensar o modelo de atenção básica de saúde na Amazônia.
A crise causada pela pandemia do novo coronavírus expôs as dificuldades que indígenas e ribeirinhos têm ao acessar o sistema público de saúde.
Com o rápido avanço do número de casos da doença pelo interior do Amazonas, garantir medicamentos, equipamentos médicos e outros itens gerou um grande desafio.
Conforme o superintendente da FAS, Virgilio Viana, a iniciativa quer propor ajustes no Sistema Único de Saúde (SUS) para melhor adequá-lo à realidade da Amazônia.
“Queremos fortalecer e aprimorar o SUS para o contexto específico das comunidades e aldeias amazônicas”, explica Viana.
O projeto surgiu dentro da Aliança de Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas. Contudo, a iniciativa foi coordenada pela FAS em conjunto com 89 instituições e prefeituras.
De acordo com a FAS, foi a partir do trabalho feito pela Aliança em comunidades remotas que se constatou a necessidade de ajustar o SUS à realidade amazônica.
“A principal característica da região é o isolamento e, disso, decorrem as dificuldades de transporte, logística e comunicação”, afirmou o superintendente.
“Este é mais um importante auxílio do Todos pela Saúde à sociedade. Desta vez, especificamente aos povos indígenas e ribeirinhos da Amazônia.”, comentou Luciana Nicola, superintendente de Relações Institucionais do Itaú Unibanco.
Eixos
De acordo com o analista técnico do Comitê de Planejamento da Aliança Covid Amazonas, Luiz Castro, o “SUS na Floresta” atuará em quatro eixos.
São eles diagnóstico e atenção básica na saúde em comunidades e aldeias, transporte de emergência para hospitais estaduais, tratamento nos municípios no interior e retomada pós-calamidade covid-19.
Dessa forma, cada eixo se desdobrará em quatro componentes: instalação dos polos de telemedicina e formação de agentes de saúde; transporte de emergência de comunidades a hospitais estaduais; melhorias e aquisições de equipamentos para hospitais municipais; e proposição de políticas públicas de saúde.
Atuação
No entanto, para estruturar a atuação do “SUS na Floresta”, a FAS abordará trabalho que já realiza há mais de 12 anos em sete Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e 581 comunidades do interior.
“A FAS está agindo como uma articuladora e propulsora desse debate, e encaminhamento para um modelo aperfeiçoado de atendimento à saúde dos povos indígenas e populações tradicionais”, diz Luiz Castro.
Entre as atividades previstas dentro do “SUS na Floresta”, destaque para a formação de agentes de saúde e outros profissionais, instalação de pontos de internet em comunidades, bem como aquisição e reforma de ambulanchas.
Mais doações
Além do R$ 1 bilhão doado pelo Itaú Unibanco, o Todos pela Saúde já recebeu mais R$ 238 milhões de pessoas e empresas. As orientações sobre o movimento e como contribuir estão em todospelasaude.org.
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Foto: Divulgação/FAS