Fazendeiros apimentam caos LGBTQI+ no ‘rainha do gado’ de Parintins
Polêmica continua na ilha depois que Priscilla Mollinary ganhou direito de concorrer no concurso Garota Expopin, a maior feira pecuária da região

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 17/11/2021 às 07:49 | Atualizado em: 17/11/2021 às 07:49
Depois do babado que perdura em Parintins desde que a Justiça autorizou no dia 14 a transexual Priscilla Mollinary, de 24 anos, a participar ineditamente do concurso Garota Expopin, a comunidade LGBTQI+ do município não se aprumou mais. E um novo capítulo surgiu provocado por fazendeiros.
A cada dia surge novo ingrediente a apimentar as relações e amplificar a discórdia entre gays, lésbicas, trans e outras preferências dentro do universo arco-íris.
O último foi nesta terça (16). Apesar da decisão judicial referendar direito de Priscilla de participar do concurso feminino, os fazendeiros de Parintins estariam agindo corporativamente para dificultar a inscrição do que consideram “estranho no curral”. A estratégia, portanto, é negar o nome da fazenda para que a trans possa concorrer.
Sem isso, uma exigência do regulamento da tradicional feira pecuária do baixo rio Solimões, no leste do Amazonas, Priscilla estaria alijada do concurso.
A feira Expopin, organizada pela Associação dos Pecuaristas de Parintins, vai deste dia 28 a 5 de dezembro.
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Todo o conflito entre os integrantes da comunidade LGBTQI+ de Parintins, a mais numerosa e organizada da região, começou logo após juíza plantonista da cidade deferir pedido de Priscilla para disputar o Garota Expopin.
De imediato, o presidente da Associação de Gays, Lésbicas e Travestis de Parintins, Fernando “Dinho” Moraes, contou a novidade.
Foi a senha para a enxurrada de reações nas redes sociais. Em suma, a comunidade reprovou a “audácia” de Priscilla, tendo p**, de disputar com as que têm b***ta (órgão sexual feminino).
Embora tenha conquistado também na Justiça o direito de usar identificação feminina, Priscilla não se submeteu à cirurgia de redesignação sexual. Apesar disso, ela é considerada transexual, conforme a legislação brasileira.
Só conferindo o que disseram os integrantes da comunidade parintinense é que se compreende a dimensão do fato que domina as conversas até agora.
Em comum, afirmam que são contra a participação de Priscilla no concurso, mas que não é por inveja ou despeito.
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Foto: Reprodução/vídeo