O relatório recente do Greenpeace expõe uma preocupante realidade: fazendas envolvidas em desmatamento ilegal e outras atividades ambientais prejudiciais receberam empréstimos de bancos nacionais e estrangeiros.
O caso de uma fazenda no Acre, que recebeu um empréstimo do Banco de Lage Landen Brasil (DLL), subsidiária do Rabobank, destaca a desconexão entre o financiamento e a preservação ambiental.
Nessa fazenda, embargada desde 2012 pelo Ibama devido ao desmatamento não autorizado, o crédito foi usado para adquirir equipamentos e máquinas, enquanto mais áreas de floresta foram desmatadas suspeitosamente.
Essa não é uma situação isolada. A investigação revelou uma série de casos semelhantes, onde bancos como o Rabobank e o Santander concederam empréstimos a fazendeiros envolvidos em atividades de desmatamento ilegal. Apesar das políticas de responsabilidade ambiental desses bancos, parece haver uma lacuna na aplicação dessas políticas.
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Bancos brasileiros também não estão imunes a essa questão. O Banco do Brasil concedeu empréstimos a fazendas no Acre envolvidas em desmatamento ilegal, apesar das regulamentações que proíbem tal prática. A falta de transparência nos registros de crédito agrava o problema, dificultando a identificação e o acompanhamento dessas transações.
Um fator complicador é o cenário fundiário caótico na Amazônia, onde muitas propriedades rurais carecem de documentação adequada. Isso torna difícil para os bancos avaliarem adequadamente o risco ambiental associado a essas propriedades. No entanto, os bancos também têm a responsabilidade de implementar rigorosos critérios de análise para evitar o financiamento de atividades prejudiciais ao meio ambiente.
Diante desse panorama, é essencial que os reguladores atuem para preencher essas lacunas e garantir que os bancos adotem práticas responsáveis de concessão de crédito rural. Somente assim poderemos garantir a proteção da Amazônia e de outros ecossistemas preciosos enquanto promovemos o desenvolvimento sustentável.
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Foto: Ibama/divulgação