Federação indígena do Amazonas dá apoio a processo contra Bolsonaro

O caso se refere à declaração de que o índio está virando ser humano

Subprocurador da República diz que PL da Mineração é 'grilagem mesmo'

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 26/01/2020 às 10:20 | Atualizado em: 26/01/2020 às 10:20

Iram Alfaia, de Brasília

 

Como integrante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), que representa 23 povos indígenas do Amazonas, deu apoio ao ingresso na Justiça de um processo contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), acusado de crime de racismo.

Bolsonaro, que se encontra na Índia, disse em transmissão ao vivo nas redes sociais que “cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós.”

Na ocasião, o presidente defendeu que comunidades indígenas “se integrem ao restante da sociedade”.

“Nós, povos originários desta terra, exigimos respeito. Bolsonaro mais uma vez rasga a Constituição ao negar nossa existência enquanto seres humanos”, disse Sônia Guajajara, coordenadora-executiva da Apib.

 

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Nota de repúdio

A federação amazonense emitiu nota repudiando a “declaração racista” do presidente que mais uma vez ofende os povos indígenas.

“Apoiamos a declaração da coordenadora-executiva da Apib, Sônia Guajajara, na qual informou que a Apib irá processar o presidente por crime de racismo. Somos povos originários e exigimos respeito”, disse a entidade.

Para os indígenas do Amazonas, Bolsonaro mais uma vez demonstra sua profunda ignorância em relação aos povos indígenas, a história e a cultura.

“Sua intenção é destruir nossos territórios com grandes projetos de agronegócio e mineração, sem respeitar nossas decisões e planos de vida”, afirmou Marivelton Barroso, do povo baré, presidente da Foirn.

 

Foto: Alan Santos/Presidência da República