Fiscais que atuam no combate ao desmatamento no sul do Amazonas estão sendo ameaçados por “criminosos”, segundo o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam ). Pichações intimidadoras revelam ameaça a policiais e a fiscais ambientais.
A região sul do estado concentra maior incidência de crimes ambientais. Na primeira quinzena de agosto, conforme publicação do G1, uma operação integrada destruiu um trator, duas pontes e um base de desmatamento na área.
No momento, os fiscais ameaçados estão atuando na operação Tamoiotatá 2, que está na 10ª fase.
A ação integrada tem o objetivo de combater queimadas e desmatamentos na região.
Dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) apontam que 83,30% dos focos de queimadas registrados no Amazonas de 1º de janeiro a 21 de agosto foram detectados a região sul do estado. São 4.910 focos na área só neste período.
Na primeira quinzena de agosto, a operação Tamoiotatá 2 destruiu um trator de esteira, um barracão e duas pontes no município de Tapauá (distante 449 quilômetros de Manaus), uma das dez cidades que integram a região.
O local onde estavam o barracão e o maquinário, utilizados para o crime ambiental, foi encontrado com a ajuda de um drone usado pela equipe da operação, composta por servidores do Ipaam, do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb) da Polícia Militar (PMAM), da Polícia Civil (PC-AM) e do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), durante fiscalização em mais um ramal clandestino aberto na Unidade de Conservação.
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Base do crime
De acordo com o Ipaam, o barracão era usado como base e guarda de equipamentos utilizados para desmatamento ilegal na Floresta Estadual Tapauá, que é uma Unidade de Conservação do Estado, situada no município homônimo.
No local, foram encontrados dois homens e uma mulher. Um dos homens se apresentou como proprietário de um terreno na área, alegando já ter adquirido desmatado.
O homem foi multado e um Termo de Destruição do maquinário e do barracão foi lavrado pela equipe em campo.
Ameaça
Segundo o Ipaam , as equipes de fiscalização em campo vêm recebendo mensagens intimidadoras de criminosos, incomodados com as ações de combate aos crimes ambientais no interior do Amazonas.
“O muro da sede do Centro Multifuncional do Ipaam em Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), onde os fiscais de campo ficam abrigados, foi pichado com insultos à força policial que trabalha na operação”, informou o instituto.
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Foto: Ipaam/divulgação