Floresta no Sul do AM enfrenta desmatamentos, queimadas e grilagem

Em 2019, o Amazonas perdeu 1.556,18 km² de florestas para o desmatamento, segundo dados do Prodes/Inpe, com 81% de concentração do sul do estado

Publicado em: 10/10/2020 às 15:15 | Atualizado em: 10/10/2020 às 15:15

“No Sul do Amazonas, os crimes ambientais caminham lado a lado com a violência contra populações tradicionais”.

A declaração é da agente da CPT (Comissão Pastoral da Terra) Darlene Braga, que atua na Amazônia em defesa de homens e mulheres da floresta e causas socioambientais há mais de 30 anos.

O que ela fala está de acordo com o que pesquisas e satélites têm mostrado ao longo dos anos. Desmatamentos, queimadas e conflitos fundiários acontecem, praticamente, nos mesmos locais, no Amazonas.

Darlene não está sozinha na sua percepção. O secretário geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas no Amazonas, Dione Torquato, tem 33 anos. É 1 homem jovem, mas já vivenciou diversos tipos de conflitos contra populações tradicionais da Amazônia. “Essas situações são históricas no sul da região”, avalia.

Conforme opinião dele, a maior motivação para essas situações é a grilagem de terras.

“Mas hoje a gente vê que esse cenário está avançando para a região central do Amazonas”, diz Torquato.

“Temos visto o desmatamento e as queimadas avançarem em municípios que antes não registravam índices altos. A insegurança fundiária também contribui muito para essa situação, que caminha cada vez mais para o centro do estado e também leva às queimadas e ao aumento dos conflitos por terras”, relata o secretário.

“O que tem contribuído muito com o desmatamento é a orientação política do governo Bolsonaro, que favorece o desmatamento, com o enfraquecimento dos órgãos ambientais e da fiscalização, com a diminuição de investimentos”, acrescenta.

Em 2019, o Amazonas perdeu 1.556,18 km² de florestas para o desmatamento, segundo dados do Prodes/Inpe.

Em suma, no Sul do estado, 7 municípios concentraram 81% dessa área desmatada. Portanto, são ele: Lábrea, Apuí, Novo Aripuanã, Boca do Acre, Humaitá, Manicoré e Canutama.

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Foto: Agência Brasil

 

 

 

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