Fumaça das queimadas sobre Manaus e sul do estado é vista do espaço

Imagens de satélite da NASA revelam intensa dispersão de fumaça na Amazônia, destacando o impacto das queimadas.

Diamantino Junior

Publicado em: 14/08/2024 às 10:25 | Atualizado em: 15/08/2024 às 14:05

Imagens de satélite capturadas pela Nasa revelam uma dispersão de fumaça “inusitada e intensa” entre os estados de Roraima, Amazonas e Pará, destacando a gravidade das queimadas na Amazônia. A foto, divulgada nas redes sociais da agência estadunidense na segunda-feira (12/8), mostra o resultado de um dos piores meses de julho em termos de incêndios florestais nas últimas duas décadas, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o instituto, mais de 11 mil focos de calor foram registrados no bioma durante o mês.

A fumaça, que se originou em áreas de desmatamento no sul do Pará e na região de Apuí (AM), foi detectada pelo satélite Aqua da NASA, especializado em monitorar o ciclo da água na Terra.

O padrão de “espinha de peixe” observado nas imagens, caracterizado por plumas triangulares de fumaça, reflete o avanço do desmatamento em áreas próximas a estradas vicinais, muitas vezes abertas para dar lugar à pecuária e à agricultura.

Doug Morton, cientista da NASA, ressaltou que os incêndios em julho estavam fortemente ligados a essas atividades ao longo da fronteira agrícola.

O impacto das queimadas também é sentido na capital do Amazonas, Manaus, onde uma densa nuvem de fumaça cobre a cidade há três dias, comprometendo seriamente a qualidade do ar.

De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), a qualidade do ar em Manaus é classificada como “ruim” e até “muito ruim” em várias partes da cidade. Moradores relatam dificuldades para respirar e enxergar devido à densa cortina de fumaça que paira sobre a cidade.

A situação é agravada pela chegada de uma frente fria ao sul do estado, que traz a fumaça das queimadas para a região metropolitana.

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Com 11.145 focos de queimadas registrados em julho, o mês se tornou o pior julho em termos de incêndios na Amazônia desde 2005, um aumento de 93% em relação ao mesmo período do ano passado. Metade desses focos ocorreu nos últimos oito dias do mês, evidenciando a urgência da situação.

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