Fundo Amazônia está com metade de projetos atrasada
Dos 18 projetos em atraso, 8 são de responsabilidade do poder público. Sete deles são conduzidos por governos estaduais
Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 18/03/2024 às 10:40 | Atualizado em: 18/03/2024 às 11:43
O Fundo Amazônia financia atualmente 40 projetos de preservação da floresta, mas quase metade deles está atrasada.
Conforme levantamento do Uol, ao menos 18 destes programas estouraram o prazo de conclusão. Alguns deles estão em andamento há mais de uma década.
Segundo a publicação, mantido com doações externas que já acumulam R$ 4,3 bilhões em caixa,
Sobretudo, criado no segundo mandato de Lula (PT), em 2008, o Fundo Amazônia já apoiou 107 projetos, dos quais 67 (72%) foram concluídos.
Por exemplo, entre os 40 ainda não encerrados, o mais antigo é de 2011 e deveria ter sido entregue seis anos depois.
Assim, cinco dos projetos ativos nasceram no atual governo Lula, e os 35 restantes são anteriores a 2019.
Ainda de acordo com o Uol, o governo Bolsonaro não interrompeu os repasses às iniciativas que já existiam.
Contudo, ele não aprovou projetos novos, parou de captar doações do exterior. Além disso, o então presidente dissolveu o Cofa (Comitê Orientador do Fundo Amazônia), que controlava o andamento dos trabalhos.
Dessa forma, nenhum dos 35 projetos antigos cumpriu a data de entrega determinada em contrato.
Nesse sentido, em geral, a previsão inicial de término dos programas era de 2 a 5 anos, mas alguns já tiveram o prazo estendido para mais de 8 anos e ainda não foram concluídos.
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Na prática e no papel
A publicação revela ainda que, atualmente, 18 desses 35 projetos já foram encerrados na prática.
Já no papel, o Fundo classifica esses programas como em andamento, mas eles já finalizaram as atividades e só dependem de questões burocráticas para serem considerados concluídos.
Desse modo, dos 18 projetos em atraso, 8 são de responsabilidade do poder público. Sete deles são conduzidos por governos estaduais:
- Mato Grosso (2),
- Amazonas (1),
- Ceará (1),
- Espírito Santo (1),
- Maranhão (1)
- e Rondônia (1)
- e um pelo Serviço Florestal Brasileiro, do governo federal.
Dessa maneira, os demais são geridos por organizações não governamentais.
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Doadores
Então, desde o início do atual governo Lula, em 2023, o Fundo captou R$ 740 milhões.
Os doadores foram Reino Unido (R$ 497 milhões), Alemanha (R$ 186 milhões), Suíça (R$ 28 milhões), Estados Unidos (R$ 15 milhões) e Japão (R$ 14 milhões).
Outros R$ 3,1 bilhões em doações, segundo o BNDES, foram anunciados por “potenciais doadores” e estão em negociação.
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Foto: Joédson alves/Agência Brasil