Polícia Federal e Exército prendem cinco pessoas por garimpo ilegal
Operação conjunto para coibir o garimpo ilegal foi realizada na reserva indígena Raposa Serra do Sol que está sendo alvo da invasão de garimpeiros

Neuto Segundo
Publicado em: 16/03/2020 às 13:50 | Atualizado em: 16/03/2020 às 13:50
Cinco pessoas envolvidas com a atividade de garimpo ilegal na reserva indígena Raposa Serra do Sol, no estado de Roraima, foram presas pela Polícia Federal, durante ação conjunta com o Exército.
Quatro dos presos se intitularam lideranças indígenas responsáveis pelo garimpo da região, que, no momento da ação, contava com aproximadamente 1.000 pessoas.
A ação de fiscalização com o Exército foi realizada dia 12, na Comunidade do Napoleão, situada dentro da reserva Raposa Serra do Sol.
Leia mais
Roraima exportou 771 quilos de ouro sem ter garimpo legalizado
Ao chegar, a equipe de policiais federais e militares foi recebida por quatro indígenas que informaram ser os responsáveis pela coordenação do garimpo na região.
Os coordenadores explicaram o funcionamento das atividades de extração, a divisão de trabalho e dos lucros.
Aproximadamente 24% do total da venda do ouro extraído na região ficaria com os proprietários dos maquinários utilizados no processamento do metal, 4% com a própria comunidade e o restante seria dividido entre o grupo responsável pela extração.
Segundo esses indígenas, cada “equipe” de mineração seria composta por até 12 integrantes, e apenas nesta região seriam 80 equipes.
Além dos garimpeiros, cuja maioria seria indígena, segundo as declarações dos envolvidos, havia também pessoas relacionadas com o comércio de insumos para garimpo e outros produtos, os responsáveis pelo transporte das pedras para o processamento e fiscais que buscariam controlar o acesso de não-índios, o consumo de bebidas alcoólicas e o andamento geral das atividades.
Os quatro indígenas foram conduzidos para a Superintendência da PF em Roraima e presos em flagrante pelos crimes de usurpação de matéria-prima pertencente à União, associação criminosa e pela extração ilegal de recursos minerais.
As penas podem chegar a nove anos de prisão, além de multa.
Além das lideranças, também foi preso em flagrante um não indígena proprietário de maquinário para a exploração ilegal que se encontrava no local.
Os suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional, onde permaneceram à disposição da justiça.
Fonte: Folha de Boa Vista
Foto: BNC Amazonas