O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse neste dia 2 de setembro que os portos provisórios instalados pelas empresas privadas Chibatão e Super Terminais no rio Amazonas vão garantir o abastecimento da indústria e comércio da ZFM (Zona Franca de Manaus ).
Lima fez essa afirmação ao visitar os portos instalados no município de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus) e se referia ao transporte de cargas e insumos durante o período de maior vazante dos rios, sobretudo no Solimões, Madeira e Negro.
A previsão inicial é que os portos improvisados operem até o final do ano.
Conforme ele, o governo participa dessa solução preventiva durante a estiagem e vazante dos rios, que neste ano são previstas como mais graves que as de 2023, recorde dos últimos 100 anos.
A Sedecti (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia), à frente o titular Serafim Corrêa, articulou com as empresas a solução dos portos provisórios.
Por meio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), o governo concedeu as licenças ambientais necessárias para a instalação dos píeres, estruturas deslocadas desde Manaus.
“O objetivo de colocar essas estruturas aqui é para que a navegação com contêineres que levam insumos para a zona franca, e que saem com produtos para o restante do Brasil, não seja interrompida. É claro que existe um custo dessa operação, mas diminui e muito o impacto do prejuízo se comparado com o que aconteceu no ano passado, quando os terminais ficaram praticamente dois meses parados sem operação nenhuma”, afirmou o governador.
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Prevenção
De acordo com o diretor executivo do grupo Chibatão, Jhony Fidélis, o trabalho antecipado do Governo do Amazonas foi fundamental para as empresas manter as atividades econômicas.
“Esse trabalho iniciou com a Sedecti em janeiro, quando a gente começou a mitigar os riscos, caso não houvesse as dragagens em tempo hábil. Em investimentos realizados, adquirimos novos guindastes para Manaus e trouxe a estrutura para essa região. No nosso caso, foram R$ 228 milhões investidos para chegar com a estrutura aqui e ancorar neste local”.
Gerente de operações e projetos do SuperTerminais, Júlio Almeida disse que em 2023 o porto da empresa ficou paralisado por meses porque embarcações de alto calado não conseguirem atravessar em dois pontos cruciais, a costa do Tabocal e a foz do rio Madeira.
Por conta disso, uma articulação envolvendo órgãos do Governo do Estado, Marinha do Brasil e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) traçou uma estratégia para garantir o transporte de cargas.
“Você considera o planejamento da engenharia naval, a batrimetria, estudo do solo, de correnteza, do vento, então são vários estudos que vão sendo feitos para constituir o tipo de arranjo que vamos fazer com as amarras. É um planejamento bastante trabalhoso, técnico e que exige tempo”, afirmou Almeida.
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Como operam
O primeiro porto possui 277,5 metros de comprimento e servirá como ponto essencial de transbordo para o transporte de contêineres do navio para as balsas, eliminando a necessidade de áreas de armazenagem.
A descarga parcial de contêineres será feita de 24 a 48 horas, por meio de guindastes capazes de realizar dez movimentos por hora nos complexos portuários.
Após o transbordo, as balsas farão o transporte até Manaus, com tempo médio de viagem de 24 horas.
O segundo porto tem 240 metros de comprimento e 24 metros de largura, contando com três guindastes alimentados por quatro geradores de energia.
Além dos guindastes, a operação contará com plataformas elevatórias, empilhadeiras e todos os equipamentos necessários para as atividades de manutenção e operação.
Foto: Mauro Neto/Secom