O governo federal montou um gabinete de crise no Amapá por conta do “apagão energético” na madrugada desta quarta-feira (4).
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque , foi pessoalmente ao estado verificar in loco a situação do sistema de energia elétrica.
O blecaute compromete o suprimento de energia em diversas cidades, incluindo a capital (na foto, noite de temporal em Macapá).
O problema foi causado por um incêndio em uma subestação e não há previsão de normalização.
Ontem, Bento Albuquerque recebeu no MME o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que é amapaense.
O ministro informou que o gabinete de crise foi montando com representantes do governo e de entidades como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
“Eu informei ao presidente Jair Bolsonaro que me determinou organizar um gabinete de crise para tratar dessa grave situação que é o isolamento de um estado da federação. E estamos, desde cedo, com esse gabinete montando, com todos os órgãos vinculados do setor elétrico”, afirmou o ministro.
O gabinete tem representantes do MME, ONS, da Aneel e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), além da Eletrobrás e da LMTE, empresa responsável pelo sistema de transmissão.
Incêndio na subestação da capital
O incêndio que provocou o apagão no Amapá destruiu um transformar de uma subestação na capital do estado.
De acordo com informações do ONS, o incidente causou o desligamento automático de linhas de transmissão. Por conseguinte, interrompeu inclusive o escoamento de energia das usinas hidrelétricas Coaracy Nunes e Ferreira Gomes.
“Para o reestabelecimento das condições normais de fornecimento de eletricidade na região, foi iniciada ontem (4), às 06h09, a recomposição parcial das cargas da usina hidrelétrica Coaracy Nunes, sob coordenação do ONS, que está acompanhando de perto a situação”, informou o ministério do MME.
Conforme esclarecimento da Companhia de Eletricidade do Amapá, ainda não há previsão para o pleno restabelecimento.
Parte das operações foi restabelecida até o início da tarde desta quarta-feira, mas ainda há problemas em 14 dos 16 municípios do estado, incluindo a capital.
Alguns bairros da Zona Sul da capital tiveram o fornecimento restabelecido, porém, com oscilações.
Parte da população de Macapá está sem água encanada e recorre a rios e a igarapés para se abastecer Foto: Diogo Cabral/reprodução/Twitter
Mobilização da bancada do Amapá
Os três senadores da bancada do Amapá se mobilizaram frente ao governo federal para buscar soluções para o apagão.
“Uma fatalidade, uma tragédia que ocorreu no nosso estado e, com certeza, esse envolvimento do governo federal será reconhecido e tem o reconhecimento dos amapaenses”, disse Davi Alcolumbre.
Instauração de inquérito
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a instauração de inquéritos no Ministério Público do Amapá e no Ministério Público Federal.
Ele apresentou denúncia à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Pediu, entretanto, que se apurem as responsabilidades da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).
Randolfe destacou, ainda, que o estado atravessa sua grave crise sanitária decorrente da pandemia de coronavírus. E de acordo com ele, há aumento de casos da doença (covid) nas últimas semanas.
Por esta razão, ele considera fundamental o pleno restabelecimento do fornecimento da energia para minimizar as consequências à população.
“Estamos acompanhando a situação e exigindo prestação de informações ao povo e a resolução o quanto antes da situação. Por outro lado, é necessário apurar de quem são as responsabilidades pelos graves transtornos a comerciantes, trabalhadores, enfim, a todos os amapaenses”, disse Randolfe.
*Com informações da Agência Senado.
Foto: Carlos Pontes/reprodução/Instagram