O Governo do Amazonas tem na educação um dos seus principais focos e o governador Wilson Lima, nos seus primeiros quatro anos, investiu na educação básica, superior e profissionalizante com a valorização dos servidores e investimentos em infraestrutura. No segmento da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) é referência no estado.
O governo ofertou, via Cetam, mais de 600 mil vagas em quatro anos, inaugurou duas escolas profissionalizantes – Galileia e na cidade de Benjamin Constant – reinaugurou o Centro Cultural Aníbal Beça, na zona Leste, além de melhorar e ampliar as unidades existentes. A autarquia investiu na modernização do seu parque de informática e reforço da internet no interior do Amazonas.
O diretor-presidente do Cetam, Prof. Dr. José Augusto de Melo Neto, avalia que esses investimentos na EPT têm um impacto social gigantesco pois mudam a vida das pessoas gerando emprego e renda.
Leia a entrevista:
Como o senhor avalia essa marca histórica do Cetam de mais de 250 mil vagas ofertadas em um ano. Qual o impacto dessa marca na vida das pessoas?
A ampliação das vagas dos cursos oferecidos pelo Cetam, de forma pública e gratuita, em todos os municípios do estado foi uma determinação do Governador Wilson Lima, que garantiu as condições necessárias para que nós pudéssemos alcançar a marca histórica de 255 mil vagas em 2022. Na verdade, foi a primeira vez em 19 anos, desde a criação da autarquia, que a barreira das 200 mil vagas foi ultrapassada. Isso representa mais oportunidades paras as pessoas se qualificarem e terem acesso ao trabalho, emprego e renda.
Para dar conta da ampliação das vagas, quais ações foram realizadas em termos de infraestrutura de atendimento?
Foram várias ações coordenadas que viabilizaram a ampliação das vagas, a começar pela renovação do catálogo dos cursos do Cetam, com mais de 500 opções, e passando pelo investimento na infraestrutura, com a aquisição de novos equipamentos para laboratórios técnicos, adequação física de ambientes e inauguração de novas unidades em Manaus e nos municípios do interior do estado. A conectividade, por exemplo, foi ampliada para 56 novos pontos em 44 municípios, o que possibilitou uma melhor comunicação entre os gestores e também o acesso ao ensino remoto como alternativa de atendimento. Essas ações nos permitiram focar nas pessoas e criar uma nova arquitetura de aprendizagem.
Quando falamos em educação profissional e tecnológica, pensamos no Polo Industrial de Manaus e mais especificamente na Inovação. Como o Cetam está contribuindo na formação de mão de obra nesse segmento? Existe investimentos para realizar cursos nessa área?
Faz parte do nosso planejamento estratégico a formação de mão de obra qualificada nos processos industriais, assim como em outras matrizes econômicas. Para o PIM, realizamos uma aproximação com a Federação da Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) para alinhamento da demanda e ampliamos o programa “Cetam na empresa”, que qualifica colaboradores das empresas do Polo Industrial de Manaus. Estamos também investindo em novos cursos e novos laboratórios voltados para diversas áreas, como por exemplo: Hidráulica e Pneumática; Eletroeletrônica; Sistemas Digitais, Controle e Automação; Inteligência Artificial; e Prototipagem 3D.
O Cetam está presente em todos os 61 municípios do interior. Mas sabemos que a internet é deficiente. Como vocês lidam com esse gargalo?
Infelizmente a infraestrutura técnica ainda é limitada na região norte e compromete o acesso aos serviços como a internet, mas para sair desta situação desfavorável o Cetam contratou a Processamento de Dados Amazonas (Prodam) e uma operadora de internet satelital para garantir a conectividade a todos os 61 municípios. Já estamos conectados em 75% dos municípios e esperamos chegar aos 100% no primeiro trimestre de 2023. Este processo de inclusão digital já está gerando resultados, como a oferta inédita em 2021 de uma pós-graduação, em parceria com a UEA, de forma remota, para os nossos instrutores. Antes desta ação do Governo do Amazonas, as turmas deste curso eram oferecidas exclusivamente para Manaus.
Entre os cursos do Cetam mais procurados estão os de informática e para ofertá-los é preciso ter computadores razoáveis. Qual o investimento nesta área?
Sim, entre os cursos de qualificação profissional estão os cursos de tecnologia da informação, com os de informática básica e avançada, entre os de maior demanda. Conseguimos renovar o parque de computadores em 2022, com a aquisição de 1.250 máquinas, o que possibilitou a atualização de equipamentos e a criação de novos laboratórios em Manaus e nos municípios do Interior. Muitos municípios receberam o seu primeiro laboratório de informática e em vários casos é o único laboratório do município, o que aumenta a nossa responsabilidade para combater a desigualdade digital e o acesso ao emprego na área da informática.
O Cetam é credenciado junto ao CAPDA da Suframa e pode buscar recursos de PD&I. Como está esse segmento dentro da autarquia. A ideia e se tornar também um centro de pesquisas?
O Cetam foi criado com os requisitos de uma ICT pública e por isso somos cadastrados desde 2008 no Comitê das atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA). Além disso, o Cetam faz parte do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONECTI). Para fortalecer este braço de pesquisa e inovação voltado para a EPT o Cetam criou, mais recentemente, em 2020 o Programa de Incentivo à Inovação em 2021 e a Comissão de Estudo e Pesquisa, com mestres e doutores da autarquia, em 2022. Nesta área, pudemos lançar em 2022, em parceria com a FAPEAM, o edital inédito do Programa Educação Profissional e Tecnológica (PROEPT), que irá financiar pesquisas aplicadas para promover a EPT no Amazonas.
O Cetam tem se destacado e por isso recebeu várias premiações nacionais e internacionais. Qual sua avaliação sobre esse reconhecimento?
Uma das formas de reconhecimento da sociedade sobre o trabalho institucional realizado são as premiações e homenagens que eventualmente recebemos. Isso geralmente ocorre quando as ações e resultados da gestão estão alinhados com metas nacionais ou internacionais. Costumo dizer que o mérito é institucional, mas a conquista é coletiva. Existe uma maturidade organizacional entre os colaboradores do Cetam que sabem exatamente a importância de cada papel. Sinto-me gratificado em fazer parte desta história e poder dar a minha contribuição como servidor público.
Para finalizar, na sua avaliação, qual o futuro da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no Amazonas?
O caminho da EPT no Amazonas vai depender de três fatores. O primeiro é a base do conteúdo da aprendizagem, que começa na elaboração ou revisão dos planos de cursos, que precisam estar atualizados e alinhados com a demanda social, passa pela seleção dos docentes, baseada em critérios técnicos sólidos e transparentes como formação acadêmica e experiência profissional contextualizada, e se completa na infraestrutura que o aluno vai ter acesso durante as aulas, como livros, internet e laboratórios técnicos. O segundo fator é a avaliação. Temos que avaliar de forma permanente os cursos, os materiais de apoio pedagógico, os professores e os alunos. Essa relação é dinâmica e precisa de processos avaliativos para gerar o nível de empregabilidade esperado. Por fim, é preciso dar continuidade ao que foi planejado. O ciclo precisa ser completado. A descontinuidade administrativa é um fator limitante. O valor que se dá a esses três fatores (conteúdo, avaliação e continuidade) é o que vai definir o futuro que queremos para a educação profissional e tecnológica.
Foto: divulgação Cleudilon Passarinho/Cetam