Números da violência e criminalidade vêm caindo em todo o país, à exceção das regiões Norte e Nordeste, nos últimos dois anos. As forças de segurança nesses estados são desafiadas pelas facções criminosas Família do Norte (FDN), Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), que protagonizam diariamente assassinatos na guerra pelo controle territorial.
Embora isso não signifique que onde há redução do número de mortes o poder público esteja vencendo, porque pode revelar, na verdade, o domínio de apenas uma facção criminosa, o certo é que o índice dos que perdem a vida nessa guerra puxa para cima a imagem ruim do Estado nessas regiões.
Esse pensamento é compartilhado por especialistas ouvidos em reportagem do jornal Correio Braziliense neste domingo, dia 26.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública , nos estados do Norte e Nordeste, as mortes em cada grupo de 100 mil habitantes são, de janeiro a setembro de 2019, 21,65 e 21,20 pessoas, respectivamente.
Nas demais regiões, a taxa de mortalidade a cada 100 mil habitantes oscilou de 8,87 a 15,40 pessoas.
Essa foi a primeira vez que o governo realizou esse tipo de avaliação. Até então, os números da violência eram restritos a organizações civis e universidades, como o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ainda faz o estudo mais completo e abrangente sobre o tema.
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Resquícios de 2017 no Amazonas
O ano de 2017, do maior massacre de presos da história do sistema prisional brasileiro, no Amazonas, é lembrado por ter contribuído para o recorde histórico de 63 mil assassinatos no país.
“Os dados recentes, divulgados pelo governo, deixam claro que a violência segue descontrolada em unidades federativas como Amazonas. Em dezembro do ano passado, o estado registrou 62 mortes. Em janeiro [de 2020], o número voltou a subir, atingindo 81, enquanto o país registrava queda nos números”, escreve o jornal Correio Braziliense.
Pelos dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Amazonas tem 728 assassinatos de janeiro a setembro de 2019.
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Papel do governo federal
Segundo especialista ouvido pelo jornal, o governo federal tem menor participação nas políticas de segurança, “resumindo-se a repassar recursos e realizar algumas intervenções”.
De acordo com ele, o uso das tropas federais, geralmente realizado durante crises, não produz efeito a médio e longo prazo.
“A Força Nacional tem no máximo 2 mil pessoas. A PM de São Paulo tem 95 mil. A PM do DF tem 16 mil. Não fará grande diferença o uso de tropas da União. Pode dar resultado em uma crise. O Exército ficou no comando no Rio em 2018, que também registrou queda no número de homicídios, mas foi menos que a média. Então a presença do Exército não faz diferença”, disse essa fonte do jornal.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que, no primeiro ano do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), houve maior entrada de presos nas penitenciárias do que saída de criminosos. “Em 2018, havia sido o oposto”, afirmou.
Leia a matéria completa de Renato Souza no Correio Braziliense .
Foto: Reprodução/internet