Hidrelétrica de Balbina, 33 anos depois: o desastre continua

A Eletronorte abriu as comportas da represa, provocando alagações e o isolamento das pessoas que moram perto da obra

Neuton Correa, da redação do BNC Amazonas

Publicado em: 14/04/2022 às 06:56 | Atualizado em: 14/04/2022 às 06:58

Obra da ditadura militar que inundou uma área de 2.360 km², extinguiu lagos, igarapés e expulsou vidas silvestres e humanas há 33 anos no rio Uatumã, para gerar energia elétrica que suprir as necessidades de Manaus, por exemplo, a Usina Hidrelétrica de Balbina segue seu desastre.

Agora, o desastre se manifesta em forma de abandono.

Foi o que denunciou esta semana, na ALE-AM, o deputado Sinésio Campos (PT). Ele fez o pronunciamento após a Eletronorte abrir as comportas da represa, provocando alagações e o isolamento das pessoas que moram perto da obra.

A própria Vila de Balbina, no Município de Presidente Figueiredo (AM), está sentindo o abandono.

“Balbina hoje é uma vila sem vida. Lá, tinha supermercado, hospital, ginásio, escola de segundo grau, mas, se você for hoje lá, vai ver que está abandonada”, discursou, apostando os resposáveis.

“A Eletronorte, a Eletrobras, abandonaram aquilo lá”, lamentou Sinésio que esteve recentemente no local.

Debate

Hoje, o parlamentar volta a Balbina, desta vez com o presidente da ALE-AM, deputado Roberto Cidade (União), para discutir a situação dos moradores da região depois que a estatal liberou abriu as comportas, na segunda-feira.

A reunião que irão realizar será na comunidade São José, no Ramal da Morena, o local mais afetado pelas inundações. O evento está marcado para as 10h deste quinta, 14.

Foto: Divulgação