Polícia desmonta “hospital do crime”, que só atendia emergência de facção

Israel Conte
Publicado em: 22/03/2019 às 17:01 | Atualizado em: 22/03/2019 às 17:01
As polícias Civil e Militar desmontaram nesta sexta-feira, dia 22, uma espécie de “hospital do crime”, localizado em uma residência no Parque São Pedro, zona oeste de Manaus.
O lugar era frequentado por membros de uma facção criminosa que precisavam de atendimentos emergenciais.
No local, os policiais prenderam Jackeline Costa de Azevedo, 21, e Rosivane Ferreira de Azevedo, 35, e apreenderam gazes, luvas estéreis, soro, linhas de sutura, bisturi, anestesias, remédios injetáveis, equipo, escalpe, Gelco, Glicose, entre outros produtos.
A descoberta foi feita durante a quarta fase da Operação Pilar, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). Deflagrada ao longo dos últimos três dias, a operação resultou na prisão de 60 pessoas envolvidas em crimes como tráfico de drogas, roubos e homicídios.
Feridos em confronto
Segundo o secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, o “hospital do crime” recebia traficantes que entravam em confronto com rivais e que, por medo de serem presos, não procuravam a rede pública de saúde.
“Após uma denúncia, a Polícia Militar localizou o pronto-socorro. Pessoas que eram feridas em tiroteios não estavam mais indo para a rede pública de saúde e, agora, a Polícia Civil vai continuar investigando para descobrir a origem do material utilizado neste local”, afirmou.
O comandante-geral da PM, coronel Ayrton Norte, informou que no local “foi encontrado material hospitalar para atendimento inclusive de pessoas com problemas de alta complexidade”.
Quem fornecia?
Conforme o delegado-geral, Lázaro Ramos, a Polícia Civil trabalha agora para descobrir também quem participava do “hospital do crime”, atendendo os criminosos ou fornecendo materiais.
“Foram apreendidos vários tipos de medicamentos, inclusive medicamentos que eram utilizados em urgência. Vamos analisar, mandar para a perícia e também solicitar informações aos órgãos públicos, a postos de atendimentos, a farmácias, para saber de onde veio esse lote de medicamentos”, disse Lázaro Ramos.
*Com foto e informações da Secom.