Garimpeiros atacam militares e acabam presos na terra ianomâmi
Operação Catrimani II prende garimpeiros ilegais e apreende armas e equipamentos na Terra Indígena.

Diamantino Junior
Publicado em: 31/05/2024 às 18:19 | Atualizado em: 31/05/2024 às 18:41
A Operação Catrimani II, coordenada pelas Forças Armadas, efetuou prisões e apreensões significativas na Terra Indígena Ianomâmi, em Roraima. A ação visou combater o garimpo ilegal e proteger a população indígena. A seguir, os pontos principais desta operação.
Entre os dias 27 e 28 de maio, três garimpeiros ilegais foram presos na região de Mucuim, conhecida pelos indícios de atividade ilegal.
Durante a operação, os militares apreenderam diversas armas, incluindo uma submetralhadora, uma espingarda, uma pistola e um revólver.
Além disso, munições para cada uma das armas, rádios transmissores e um colete balístico foram confiscados.
Confronto em Palimiú
Na madrugada do dia 22 de maio, houve um confronto entre integrantes da Força Nacional e garimpeiros na região de Palimiú.
As autoridades não divulgaram informações sobre feridos ou outras prisões resultantes deste incidente, ressaltando a constante tensão e perigo na área.
Destruição de equipamentos de garimpo
Os militares também destruíram uma embarcação “voadeira” com motor, um gerador e diversos materiais utilizados no acampamento e na atividade ilegal de garimpo.
Esta ação faz parte dos esforços para desmantelar a infraestrutura que sustenta a mineração ilegal na região.
Missão “Huke III”
A missão, denominada “Huke III”, foi coordenada pelo Comando Operacional Conjunto e contou com a participação de 20 militares e um helicóptero do 4⁰ Batalhão de Aviação do Exército (4⁰BAvEx).
Todos os presos foram entregues à Polícia Federal (PF), destacando a integração das forças de segurança na operação.
Declaração Oficial
O Chefe do Estado-Maior Conjunto da Operação Catrimani II, Brigadeiro do Ar Steven Meier, enfatizou o compromisso das Forças Armadas em atuar de forma interagências, com elevado nível de profissionalismo e operacionalidade.
“As Forças Armadas estão em constante prontidão para dar uma pronta resposta a qualquer tipo de ameaça que possa comprometer a segurança do Povo Indígena Ianomâmi, bem como a preservação do meio ambiente,” declarou Meier.
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A Operação Catrimani II é uma ação conjunta entre órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas, criada através da portaria nº 263 do Ministério da Defesa.
A primeira fase permitiu a entrega de 15 mil cestas básicas no território indígena.
A segunda fase da operação, que continua até 31 de dezembro deste ano, mantém a presença das forças de segurança na região para prevenir e reprimir atividades ilegais.
Situação na Terra Indígena Ianomâmi
Desde janeiro de 2023, a Terra Ianomâmi está em estado de emergência de saúde.
O governo federal tem implementado ações para atender os indígenas, incluindo o envio de profissionais de saúde e cestas básicas, além de forças de segurança para combater o garimpo ilegal.
Embora o número de garimpeiros ilegais tenha diminuído 65% desde o início das operações, cerca de sete mil invasores ainda permanecem no território.
Em março de 2024, 600 indígenas, entre pacientes e acompanhantes, estavam sendo atendidos na Casa de Saúde Indígena Ianomâmi (Casai) em Boa Vista, devido a doenças graves trazidas pelos invasores. Mesmo após um ano de intervenção, o garimpo ilegal e as doenças associadas continuam sendo as maiores ameaças para os ianomâmi.
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Foto: Marinha do Brasil