ApĂ³s 12 anos de desafios, primeiro ianomĂ¢mi se forma na federal de Roraima

Genivaldo Krepuna IanomĂ¢mi se formou na UFRR e quer usar sua formaĂ§Ă£o para ensinar sua comunidade. Ele enfrentou desafios como a distĂ¢ncia e o corte de bolsas para indĂ­genas.

Publicado em: 04/11/2024 Ă s 12:00 | Atualizado em: 04/11/2024 Ă s 12:00

O indĂ­gena Genivaldo Krepuna IanomĂ¢mi, de 39 anos, Ă© o primeiro da etnia a se graduar na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Ele concluiu a Licenciatura Intercultural pelo Instituto Insikiran e agora planeja voltar Ă  sua comunidade para ensinar o que aprendeu na universidade. Genivaldo se formou em uma cerimĂ´nia realizada no Ăºltimo dia 31 de outubro e destacou sua vontade de ajudar outros ianomĂ¢mis a terem acesso ao Ensino Superior.

SuperaĂ§Ă£o de desafios

Krepuna enfrentou diversas dificuldades ao longo de sua trajetĂ³ria acadĂªmica, como a distĂ¢ncia de uma hora de aviĂ£o atĂ© Boa Vista e o corte de bolsas permanĂªncia para indĂ­genas. Ele começou seus estudos em 2012, mas precisou interrompĂª-los por conta dessas dificuldades, retomando o curso anos depois.

Projeto de alfabetizaĂ§Ă£o

Agora formado, Genivaldo quer aplicar os conhecimentos adquiridos para alfabetizar crianças e adultos da comunidade Tihinaki, onde vive com sua esposa e trĂªs filhos. O trabalho de conclusĂ£o de curso (TCC) foi escrito em IanomĂ¢mi e deve ganhar uma versĂ£o bilĂ­ngue em portuguĂªs.

Instituto Insikian: educaĂ§Ă£o indĂ­gena

O Instituto Insikiran, onde Krepuna estudou, Ă© o primeiro nĂºcleo de formaĂ§Ă£o superior indĂ­gena no Brasil, criado em 2001. AlĂ©m da Licenciatura Intercultural, o instituto oferece cursos de GestĂ£o Territorial IndĂ­gena e GestĂ£o em SaĂºde Coletiva IndĂ­gena.

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A luta pelos direitos IanomĂ¢mi

Genivaldo tambĂ©m foi um dos professores formados pelo MagistĂ©rio Yarapiari, criado para defender os direitos e a Terra IndĂ­gena IanomĂ¢mi. O curso trata dos saberes tradicionais e cultura do povo, que enfrenta grandes desafios em sua luta pela preservaĂ§Ă£o de seu territĂ³rio e sobrevivĂªncia diante das ameaças externas, como o garimpo ilegal.

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