Ibama pede mais dados da Petrobrás sobre foz do rio Amazonas
Assim, órgão ambiental mantém a negativa à licença para exploração na região.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 30/10/2024 às 17:24 | Atualizado em: 30/10/2024 às 17:25
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitou mais “esclarecimentos” à Petrobrás sobre o plano de perfuração do poço no bloco FZA-M-59, localizado na bacia da foz do rio Amazonas.
Assim, continua a negativa à licença ambiental para exploração do petróleo na margem equatorial que vai do litoral do Rio Grande do Norte até o Amapá. Os poços ficam distante da foz a 540 quilômetros.
O órgão ambiental concluiu, neste mês, um parecer no qual considera que houve avanços nas repostas do órgão ambiental sobre atendimento à fauna no caso de vazamento de óleo, mas cobrou mais ações como a presença de veterinários nas embarcações e maior número de helicópteros para atender as emergências.
Outro problema que persiste, de acordo com o estudo do Ibama, é com relação ao tráfego aéreo e os eventuais impactos sobre comunidades indígenas na região.
A Petrobrás informou ao Ibama que utilizará o aeródromo do Oiapoque, no Amapá, como base de apoio as atividades perfuratórias, uma vez que o equipamento é licenciado dentro da capacidade operacional.
Também alegou que o barulho das aeronaves não se configura como impacto direto da atividade de perfuração, mas do aeroporto, cujo processo de licenciamento é conduzido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá.
“O fato do aeródromo estar regular, licenciado e o uso previsto pela empresa estar dentro de sua capacidade operacional não significa que o empreendimento não trará impactos específicos pela sua inserção na região”, diz o parecer do Ibama.
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Ibama na espera
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, vai aguardar as novas respostas da estatal para tomar uma decisão final sobre o licenciamento da exploração, considerada fundamental para autossuficiência energética do país.
Na semana passada, a diretora de exploração e produção da Petrobrás, Sylvia Anjos, disse que a empresa tem pressa com o licenciamento.
“O tempo está sendo muito crítico, em cinco, seis anos tem uma caída da produção do pré-sal e, com isso, a gente pode voltar a ser importador de petróleo em 2034, 2035, se a gente não tiver descobertas”.
Ela disse que a Petrobrás vem cumprindo as exigências do Instituto entre as quais a criação de centro para acolhimento de animais em caso de derramamento de óleo. Disse ainda que as ações da empresa não causaram excesso de capacidade no aeródromo de Oiapoque.
A diretora também negou haver coral na foz do Amazonas.
“Isso não é verdade. Existem rochas semelhantes a corais”.
Foto:: Valter Campanato/Agência Brasil