A chegada da internet à Amazônia, a partir da expansão da rede Starlink, do empresário Elon Musk, tem gerado impactos positivos e negativos na região.
Os impactos positivos são evidentes. A alta velocidade e a estabilidade da conexão permitem a popularização de transações banais, como o uso do Pix e de máquinas de cartões, e possibilitam conectar atividades produtivas em locais distantes.
Isso tem levado ao crescimento da economia local, com o surgimento de novas empresas, como a Mazô Maná, que produz alimentos naturais por meio do incentivo ao cultivo e extração por povos tradicionais.
A internet também tem possibilitado avanços na implementação de políticas públicas, como o atendimento médico a comunidades isoladas.
No entanto, a internet também tem potencial para gerar impactos negativos. Um exemplo é a possibilidade de facilitar a articulação entre quadrilhas que atuam na floresta.
Apenas neste ano, quarenta antenas da Starlink foram apreendidas pela Polícia Federal e pelo Ibama em acampamentos utilizados pelo crime organizado em reservas indígenas e áreas sensíveis, como o Vale do Javari.
Outra consequência preocupante da era digital está relacionada ao impacto sociocultural da tecnologia nas comunidades. A popularização da internet tem potencial para influenciar o modo de vida tradicional, incluindo crenças e costumes históricos.
Isso já está acontecendo, com o surgimento de influenciadores digitais indígenas. Um exemplo é Kauri Waiãpi, morador da aldeia Karapijuty, no interior do Amapá, que já tem 720 mil seguidores no Instagram e 2,8 milhões no TikTok.
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O impacto das novidades inevitavelmente mudará a vida daqueles povos — para o bem e para o mal. É importante que as autoridades e as comunidades indígenas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a internet oferece.
Algumas medidas que podem ser adotadas para mitigar os impactos negativos incluem:
O aumento do controle sobre as transmissões via Starlink, por exemplo, fornecendo dados de geolocalização das antenas e bloqueando o sinal em áreas já identificadas como acampamentos ilegais.
É importante que o desenvolvimento da Amazônia seja feito de forma sustentável e inclusiva, de modo a beneficiar a todos os seus habitantes, incluindo os povos tradicionais.
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Foto: Fotospúblicas