Jogo virtual mostra Amazônia da perspectiva dos povos tradicionais
O Gamezônia mescla tecnologia, narrativa e conhecimento ancestral para proporcionar uma experiência imersiva na região amazônica

Publicado em: 26/02/2024 às 16:49 | Atualizado em: 26/02/2024 às 17:00
Mostrar a Amazônia pela perspectiva dos povos originários e conscientizar os jovens sobre a necessidade de preservação da floresta.
Estas foram as motivações da startup maranhense Gamezônia ao criar o jogo virtual homônimo, que mescla tecnologia, narrativa e conhecimento ancestral para proporcionar uma experiência imersiva na região amazônica.
“Nós somos a última geração que pode salvar a Amazônia”, analisa Vinicius Sirino, cofundador e CEO da startup. “Com o game, conseguimos abordar os problemas reais da Amazônia, mas de forma lúdica e interativa. Apresentamos questões sobre energia, recursos hídricos, fauna, flora e os povos tradicionais, enquanto o usuário simplesmente cumpre as tarefas e ultrapassa os desafios do jogo”, explica.
Fundada em 2022, a startup tem ainda Juliana Nogueira, Adani Robson e Patrícia Muniz como cofundadores ao lado de Sirino, e marcou presença no Startup20, evento que acontece até segunda-feira (26) em Macapá (AP), paralelamente à cúpula do G20, e que reúne empreendedores de diferentes países.
Narrativa dos povos originários
Sirino destaca que, além de ser uma ferramenta de educação ambiental, o game tem como missão recontar a história da Amazônia a partir do olhar dos povos e comunidades tradicionais. Para isso, o jogo traz questões como os modos de vida das comunidades locais e a importância do respeito à diversidade étnica e cultural.
A narração do game foi desenvolvida por Porakê Munduruku, representante dos povos tradicionais. “Queremos despertar nos usuários uma nova perspectiva, que valorize a ancestralidade e o conhecimento dos povos da floresta”, diz o CEO.
O jogo conta a história de Ibiacy, uma jovem onça-pintada que luta contra a destruição da Amazônia. Ao longo da narrativa, a personagem principal vê forasteiros invadirem e destruírem a floresta e os povos que nela habitam – em um paralelo ao que aconteceu com muitas comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas da região.
A ideia é que o game seja utilizado dentro da sala de aula, sendo acesso por meio de tablets ou smartphones. Por isso, a ferramenta oferece recursos de monitoramento do desempenho do aluno, como avaliação do tempo gasto com o jogo, evolução, entre outros dados.
“Desenvolvemos uma ferramenta que ajuda os professores em sala de aula a mostrar versões que nem sempre os livros mostram”, afirma Sirino. “O Brasil não foi descoberto, ele foi invadido. Já existiam pessoas morando por aqui. E é esse entendimento sobre invasão que o game também aborda.”
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Foto: reprodução