Lábrea, no AM, entre seis cidades do país mais afetadas pelo coronavírus

Epicovid-19, considerada a maior pesquisa sobre o coronavírus (covid) no mundo, confirma a interiorização da pandemia no Brasil

Lábrea, no AM, entre seis cidades do país mais afetadas pelo coronavírus

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 17/09/2020 às 18:37 | Atualizado em: 17/09/2020 às 18:38

Na quarta fase do Epicovid-19, considerada a maior pesquisa sobre o coronavírus (covid) no mundo, foi confirmada a interiorização da pandemia no Brasil.

O estudo não é concluso sobre a possibilidade de uma segunda onda ou imunidade de rebanho.

Realizada pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas), entre os dias 27 e 30 de agosto, em 133 cidades brasileiras, a pesquisa apontou Lábrea como a sexta do país com maior prevalência da doença.

 

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Com 2.644 casos registrado até quarta-feira, dia 16, a cidade amazonense possui um percentual de infecção de 4,8%.

Na 13ª posição está Parintins com um percentual de 3,6%, seguida de Manaus 1,6% (29ª) e Tefé 1,6% (30ª).

As cidades cearenses de Juazeiro do Norte com uma taxa de 8,0% e Sobral 7,2% estão no topo do ranking.

As paraenses Santarém 6,4%, Altamira 5,2 e a cearense Quixadá 5,2% completam a lista.

“A interiorização da pandemia no Brasil foi confirmada. Houve mudança no perfil das cidades mais afetadas, com as maiores prevalências em duas cidades da Região Nordeste, Juazeiro do Norte e Sobral”, diz o texto de apresentação da pesquisa.

Segundo o estudo, as diferenças entre regiões do Brasil seguiram marcantes na quarta fase, como já havia sido observado nas fases anteriores.

O maior percentual de infecção foi observado na Região Norte (2,4%) e no Nordeste (1,9%). No Sul, Centro-Oeste e Sudeste, o percentual de infecção ficou em 0,5%

 

Segunda onda

 

Os pesquisadores alertam que não se pode usar os dados gerados pela pesquisa para indicar uma possível “imunidade de rebanho” e, tampouco, avaliar a probabilidade de uma “segunda onda” da pandemia.

Contudo, é possível confirmar a desaceleração da epidemia na maior parte do país, pois diminuiu a proporção da população que apresenta anticorpos.

“Ao contrário do que se pensava no início da pandemia, os anticorpos detectáveis pelo teste duram apenas algumas semanas”, revelou.

De acordo com o estudo, isso vem acontecendo em diversos países, com distintos tipos de testes de anticorpos, e não somente com testes rápidos como o utilizado na pesquisa.

“Esta redução já havia sido sinalizada pelo grupo de pesquisa no início de julho – o artigo científico será publicado esta semana na revista científica The Lancet Global Health (online first).”

Porém, a queda em níveis de anticorpos ao longo do tempo não indica que os indivíduos deixem de estar protegidos, pois seus organismos guardam a memória imunológica para produzir anticorpos rapidamente em caso de uma nova infecção.

“Os indivíduos com testes positivos na última fase do Epicovid-19 representam aqueles com infecções relativamente recentes. Muitas pessoas que foram infectadas há mais tempo passaram a apresentar resultados negativos atualmente”, revelou.

 

Foto: reprodução Wikipedia