Livro sobre a toada do Boi-Bumbá será lançado na Ufam em Parintins

O obra narra sobre a trajetória da Toada de Boi-Bumbá de Parintins

Ferreira Gabriel

Publicado em: 20/06/2022 às 14:05 | Atualizado em: 21/06/2022 às 11:36

O lançamento livro-reportagem Toada: o canto do Amazonas em versão e-book, ocorre em Parintins nesta terça-feira, (21), no segundo dia da III Jornada Pan-Amazônica de Folkcomunicação.

Por se tratar da história da música de Boi-Bumbá de Parintins, os autores e a coordenação do evento decidiram promover um sarau.

Nele serão apresentados a obra que narra a trajetória da Toada de Boi-Bumbá de Parintins, os compositores que tem suas histórias narradas na obra e as toadas que marcaram a história do Amazonas.

Segundo a jornalista e antropóloga, Carly Anny Barros, autora do livro-reportagem, a versão e-book reúne informações que conseguem apresentar o caminho que a toada fez desde a seu nascimento. Por exemplo, a obra apresenta os versos pequenos que exaltavam a vida de caboclos e pescadores do inicio da brincadeira do Boi-Bumbá de terreiro e passa pelo inicío dos festivais e gravação das fitas k-7. Em seguida, o livro mostra o cenário da modernidade dos ensaios nos currais e transmissão televisiva, e finaliza, portanto, com a chegada dos cds, dvds, blu-ray e nas lives dos festival de Parintins, do período da Pandemia.

Compositores consagrados como Chico da Silva, Carlos Paulain, Fred Góes, Adriano Aguiar, Enéas Dias, Silvio Camaleão, Emerson Maia e outros poetas tem suas histórias narradas na obra editada pela Editora Paco. Há também a participação de Zezinho Corrêa e Klinger Araújo na divulgação da Toada para o mundo.

A jornalista conta que a toada tem muitas histórias importantes que precisavam vir à tona.

“Procuramos eternizar os momentos mais importantes da Toada e seus compositores nesta obra. O objetivo foi demonstrar como a Toada de Parintins que canta o cotidiano da Ilha, o amor ao Boi e a natureza se consolida como o ritmo genuinamente amazonense. Por meio dessa música e suas letras, o Amazonas de Garantido e Caprichoso, das matas e do povo ribeirinho se descortina para o mundo e faltava uma obra que contasse como se dá esse processo e também eternizasse os compositores das toadas, afinal são desses poetas as ideias que se materializa no festival folclórico”, expõe.

Para o folclorista Ray Santos, co-autor da obra, a toada parintinense é a forma de contar a vida no Amazonas.

“A toada é o nosso ritmo, mas é mais do isso, é o jeito que o Parintinense tem para falar das suas matas, do rio e seu banzeiro, do vento, da nossa gente ribeirinha, indígena, afro-amazonense e acima de tudo, de gritar por preservação, já que vivemos um momento de ataque a natureza e àqueles que lutam pela defesa da cultura amazônica. Nesse livro há a possibilidade de contar como a toada faz isso de um modo único, por meio das poesias e musicalidade nativa”, afirma.

Para o co-autor Telo Pinto, que também é vereador em Parintins, a pesquisa foi a fundo no assunto e a versão e-book permite navegar em outros temas.

“A pesquisa começa em 2012, retorna em 2017 e se intensifica na pandemia, por isso consegue trazer vários fatos importantes no mundo da toada. A cultura Parintinense é rica, e a toada apresenta esse caldeirão cultural que vive o parintinense no seu cotidiano, e assim como o mundo se modifica, a toada se modifica, se atualiza, mas não perde sua peculiaridade. A versão e-book apresenta o link que permite ouvir as toadas, ver alguns vídeos como do Klinger Araújo fazendo a Xuxa dançar a toada, as informações da pandemia, dentre outras coisas”, conta.

O livro-reportagem físico também será lançado em Manaus, em agosto, em data e local a ser definido. Contudo já é possível adquirir os exemplares físico e e-book nas livrarias especializadas: Confira os links: https://www.pacolivros.com.br/toada-o-canto-do-amazonas, e https://www.tocalivros.com/audiolivro/toada-o-canto-do-amazonas-carly-anny-barros-telo-pinto-ray-paco-e-littera

O lançamento inicia as 17:30 hs, no auditório da Universidade Federal do Amazonas- UFAM, Campus Parintins e é aberto ao público.

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Foto: Divulgação