Essencial para ZFM, rio Madeira tem só 40 centímetros de água

O nível do rio Madeira, um dos principais afluentes do rio Amazonas, atingiu a menor marca desde 1967, chegando a apenas 41 cm neste sábado (14/9), segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

A medição foi realizada na estação de Porto Velho, em Rondônia, em meio a uma estiagem severa que afeta a região desde junho. Anteriormente, a marca mínima registrada era de 75 cm no dia 9 de setembro, mas o nível do rio continuou a cair drasticamente.

Diante dos baixos níveis, uma nova régua foi instalada na estação de monitoramento da capital rondoniense, capaz de medir até a cota 0, o que indica a gravidade da situação.

“Teremos pelo menos mais 30 dias de estiagem, e, se houver atraso nas chuvas, esse período pode se prolongar ainda mais”, afirmou Guilherme Jordão Cardoso, engenheiro-hidrólogo do SGB.

Os impactos da estiagem no rio Madeira são severos, afetando o abastecimento de água, a geração de energia e o transporte fluvial.

As usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, ambas localizadas em Rondônia, já operam com restrições e, caso o nível do rio continue a baixar, poderão interromper completamente a geração de energia. “O cenário pode evoluir para uma situação de escassez hídrica e energética”, explicou o engenheiro Cardoso.

Além disso, os moradores da região de Porto Velho enfrentam dificuldades causadas pela seca e pelas queimadas que agravam a situação.

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Nagila Maria Paula de Oliveira, presidente da Associação dos Agentes de Ecoturismo e Táxis Fluviais do Rio Jamari e Adjacências, relata que o transporte de passageiros e cargas pelo rio Madeira ficou inviável em muitos trechos, isolando comunidades que dependem desses serviços para acessar itens e serviços básicos. “Em alguns lugares, é preciso andar quilômetros pelo leito seco do rio”, disse Nagila.

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Foto: reprodução/Serviço Geológico do Brasil