Para definir uma “pauta verde”, projetos da área ambiental que devem ser votados nos próximos meses, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escalou um grupo de cinco parlamentares.
Um detalhe: todos de estados da região Sudeste e nenhum da Amazônia.
São eles: Alessandro Molon (PSB-RJ), Enrico Misasi (PV-SP), Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Zé Silva (Solidariedade-MG) e Zé Vitor (PL-MG).
O deputado Átila Lins (Progressistas), presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia, ficou surpreso com a ausência de parlamentar da região.
“Vou procurar o presidente Rodrigo Maia e cobrar a participação da comissão nesse debate. Tem questões importantes como a necessidade do zoneamento econômico e ecológico que precisamos debater com prioridade”, disse o decano da bancada amazonense.
O deputado Marcelo Ramos (PL) foi outro que não gostou da composição e chegou a conversar com o presidente da Câmara sobre o assunto.
Para aliviar as pressões sobre o país, o parlamentar achou pertinente a decisão de priorizar a pauta ambiental na Câmara, mas cobrou participação de parlamentares da região.
“Os nomes escolhidos têm total capacidade de conduzir esse debate. No entanto, ontem dialoguei com o presidente sobre a necessidade de incluir um deputado do Amazonas, o que deve ser feito”, disse ele, que é cotado para disputar a sucessão de Maia.
Projetos
Enquanto não se amplia a composição, o grupo já tem no radar três projetos prioritários que podem ser votados em agosto e setembro, todos de autoria dos integrantes do colegiado.
De autoria de Alessandro Molon, o projeto de lei 3961/2020 cria a lei de emergência climática e neutralização de emissões. O objetivo é neutralizar no país a emissão de gases do efeito estufa até 2050.
O deputado Zé Silva quer incentivar a emissão de títulos verdes lastreados por áreas preservadas e comprados por empresas poluidoras (PL 7578/2017).
O projeto 3337/2019, de autoria de Zé Vitor, agrava a pena para o desmatamento ilegal em até sete anos de reclusão.
Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados