Ciranda de Manacapuru também tem turismo e feira de artesanato
O Festival de Cirandas de Manacapuru combina espetáculos com turismo e feira de artesanato, oferecendo uma experiência cultural completa. O evento também impulsiona a economia local.

Dassuem Nogueira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 29/08/2024 às 11:48 | Atualizado em: 29/08/2024 às 11:48
O Festival de Cirandas de Manacapuru está consolidado como o segundo mais popular do Amazonas.
A semelhança com o festival dos bois de Parintins está na linguagem estética das alegorias.
No mais, as cirandas têm um formato próprio na arena e outra dinâmica turística.
O público que assiste às cirandas não se concentra na cidade durante os dias de evento. A proximidade com Manaus permite que o público vá e volte pela estrada Manoel Urbano (AM-70) em pouco mais de uma hora de carro.
Há até quem faça o chamado bate-e-volta somente para assistir à sua ciranda do coração.
Mas, quem opta por permanecer o final de semana em Manacapuru tem muitas vantagens. Por exemplo, diversas opções de balneários, públicos e particulares, próximos à cidade.
Assim, é possível passar o dia desfrutando no balneário Cirandeira Bela ou no lago do Miriti, e voltar para a sede do município à noite para assistir ao espetáculo ímpar das cirandas.
Como Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional cantam e celebram as belezas naturais de Manacapuru, é possível conhecer o lago da Piranha de dia e à noite revisitá-lo em sua versão espetacularizada no cirandódromo.
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Um grande arraial
A partir de sexta-feira, 30 de agosto, e até o dia 2 de setembro, o Parque do Ingá transforma-se em um grande arraial.
Há venda de comidas para todos os gostos e bolsos. É possível encontrar iguarias típicas das grandes festas amazônicas.
O “prato sortido” é uma versão popular dos caríssimos “menus degustação”.
Ele é feito de pequenas porções dos pratos festivos, como vatapá e farofa.
O pirarucu de casaca, um clássico amazonense, e o popular no país espetinho de carne também se encontra à vontade.
As arquibancadas do Parque do Ingá também têm opções, destacando-se na paisagem o vendedor de banana frita, doce ou salgada, com suas bacias de alumínio carregadas dessa iguaria, uma figura tipicamente amazonense.
Neste ano, a Secretaria de Mulheres de Manacapuru montará uma feira com produtos de 46 artesãs na praça de alimentação do Parque do Ingá, a partir das 18h do dia 30 de agosto, na sexta-feira.
Lá estarão à venda lembrancinhas das cirandas, como os famosos bonecos cirandeiros, e produtos de projetos de economia sustentável, como peças feitas de escama e pele do peixe aruanã.
Nesse espaço também será possível apreciar a exposição permanente das cirandas que, normalmente, fica no Centro Cultural de Artes e Tecnologias Paulo Freire e parte do acervo da Casa do Artesão – paradoxalmente, composto por muitas mulheres.
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Um espetáculo acessível
Por fim, o acesso às arquibancadas é gratuito e o Parque do Ingá tem capacidade para 20 mil pessoas.
Desse modo, não há necessidade de permanecer dias em filas para assistir um portentoso espetáculo.
O formato em meia lua do anfiteatro permite que se tenha uma boa visão da arena de qualquer ponto.
Ainda assim, quem quiser ver as cirandas de perto, pode se antecipar e comprar as pulseiras que dão acesso a uma área central especial. Os valores vão de 50 a 100 reais e são vendidos nas sedes das agremiações e em alguns pontos de venda em Manacapuru. Contudo, vendem rápido.
Incremento na economia
O impacto do festival de cirandas na economia local é grande. Especialmente, dos comerciantes localizados próximos ao cirandódromo.
Lucas Oliveira, gerente da lanchonete Delícias da Mariza, disse que a produção do estabelecimento dobra no fim de semana do festival.
Conforme afirmou, ao ponto de precisar contratar três novos funcionários para dar conta da demanda nesta edição.
A produção para o fim de semana agitado está sendo feita com duas semanas de antecedência para não faltar nada aos clientes.
Durante o evento, a lanchonete amplia o cardápio com as comidas típicas, obedecendo a demanda da ocasião.
Lucas informou que até o dia da apuração do resultado, que ocorre na segunda-feira seguinte, no cirandódromo, o faturamento é acima do normal.
É com essa alta expectativa que a Academia do Chopp abriu uma loja em frente ao Parque do Ingá.
Larissa Rodrigues, assistente do estabelecimento, informou que se prepararam para faturar nos três dias de evento o que vendem, normalmente, em seis meses.
Fotos: Dassuem Nogueira/especial para o BNC Amazonas