Manaus é destaque no mais recente levantamento do MapBiomas como a capital do país com maior expansão de favelas entre 1985 e 2021. No Amazonas, mais de 59,9% (17.159 ha) da urbanização ocorreu sobre cobertura natural, como florestas e campos alagados.
De acordo com os dados, extraídos da análise de imagens de satélite, Manaus possui o maior crescimento na série histórica, totalizando cerca de 10 mil campos de futebol.
A capital amazonense (9.549 ha) é seguida de São Paulo (5.579 ha), Belém (5.450 ha), Rio de Janeiro (5.038 ha) e Salvador (4.793 ha).
“Todas registram crescimento semelhante em área informal, mesmo que possuindo características territoriais próprias”, explicou o estudo.
Nesse período de 37 anos, as áreas de favelas totalizaram 106 mil hectares, uma expansão de aproximadamente três vezes a área da cidade de Belo Horizonte (MG).
“A Amazônia lidera o percentual de crescimento das ocupações informais do território: 29,3% do crescimento urbano nesse bioma foi em áreas informais. A região norte possui 13 das 20 cidades com maior proporção de crescimento, com Belém entre as cinco primeiras da lista”, apontou o levantamento.
“O crescimento das favelas tem um comportamento parecido com o das áreas urbanizadas, mas na década de 90 as áreas informais aceleraram o avanço”, explicou Julio Cesar Predrassoli, um dos coordenadores do mapeamento de Áreas Urbanizadas do MapBiomas.
De acordo com ele, a expansão da urbanização tem impactos no consumo dos recursos naturais, na qualidade de vida e, de uma maneira geral, na sustentabilidade urbana.
“Mas quando falamos das favelas, além disso, há uma chance muito grande do aumento de ocupação de áreas de risco por populações mais vulneráveis”, diz.
Áreas urbanizadas
No mesmo período, as áreas urbanizadas no país passaram de 1,2 milhão de hectares para 3,7 milhões. A perda total das formações naturais para áreas urbanas foi de 22,2% em 37 anos.
No Amazonas, foram perdidos 59,9% (17.159 ha) da cobertura natural, como florestas e campos alagados.
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, localizados na Mata Atlântica, têm as duas maiores áreas urbanizadas do país e juntos eles perderam quase 38 mil hectares de vegetação nativa: foram perdidos, respectivamente, 26.655 ha e 10.982 ha.
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Foto: Reprodução/Rede Amazônica