Manaus é a quinta capital brasileira em empregabilidade formal , de acordo com o levantamento feito pela consultoria Tendências, realizado junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a pedido do jornal O Globo.
O fator preponderante para que a capital amazonense alcançasse essa posição no ranking é atribuído ao equilíbrio fiscal do município, segundo economistas que analisaram a pesquisa.
“Durante muito tempo falávamos sobre equilíbrio fiscal, e a princípio parecia um assunto chato e sem sentido para muitas pessoas, pois não era fácil visualizar todas as vantagens que isso proporciona”, disse o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Segundo ele, Manaus hoje é respeitada por instituições financeiras, nacionais e internacionais, e aumentou seu nível de endividamento para o rating ‘AAA’, “que nos proporcionam fazer as inúmeras obras em execução pela cidade. Tudo fruto do equilíbrio fiscal”, afirmou.
Os empregadores
A pesquisa apontou um aumento de vagas com carteira assinada em 14 capitais brasileiras, levando em conta o saldo entre admissões e demissões, no período de janeiro a agosto.
Em Manaus, esse saldo foi de 8.558 postos de empregos formais, número que a deixou atrás apenas de Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo.
Para o prefeito, há dois grandes empregadores na capital: o polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) e a prefeitura.
“Ao mesmo tempo em que tivemos queda nos postos de trabalho do distrito industrial, Manaus se fortaleceu institucionalmente e ampliou sua capacidade de investimentos, que este ano irá superar um bilhão de reais, resultando na criação de milhares de novos postos de trabalho com carteira assinada”, destacou.
Ele aponta que, somente nas obras que integram o pacote em homenagem aos 350 anos de Manaus, já são quase 3 mil empregos diretos e outros milhares de indiretos.
Neste momento, a prefeitura realiza ações em infraestrutura viária, habitação, requalificação do centro histórico, construção de escolas, recuperação ambiental e outras.
“Nossa organização vai além deste governo, que também deve fechar 2020 com mais de um bilhão de reais em investimentos”, completou Arthur.
O prefeito acrescentou que o Planejamento Estratégico Manaus 2030 deixará orçamento de programas e metas aos futuros gestores, para tornar “a capital da Amazônia muito mais madura e respeitada”.
Levantamento
Segundo o economista da consultoria Tendências, Thiago Xavier, dois pontos foram primordiais para o aquecimento do mercado de trabalho em Manaus: boa previsão econômica local e equilíbrio fiscal público.
“O equilíbrio fiscal traz efeitos diretos, porque movimenta toda a cadeia econômica da região. Logo, essa atividade econômica corrente permite um número maior de contratações, uma vez que o setor privado vê mais confiança no mercado e o poder público consegue fazer mais investimentos, o que se traduz também em novos postos de trabalho”, disse.
Para o também economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Sabóia, as capitais das regiões Norte e Nordeste que tiveram saldo positivo na pesquisa estão atreladas ao nível de desenvolvimento dos mercados de trabalho locais.
“Nessas duas regiões, o mercado de trabalho tem muita informalidade. Os empregos formais, em sua maioria, estão ligados à administração pública. Ao passo que o Sudeste tem mercados mais desenvolvidos, uma maior participação de empresas privadas. Isso explica essa geração de empregos formais”, apontou.
São Paulo foi a cidade que ficou em primeiro lugar em todo o país na retomada do mercado de trabalho, com a criação de cerca de 59 mil postos de trabalho.
Já o Rio de Janeiro, amargou o último lugar da lista, com um saldo negativo de mais de 8 mil demissões, atribuídas principalmente ao difícil momento fiscal que passa o estado e que traz reflexos diretos à capital carioca.
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Foto: Alex Pazuello / Semcom