O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em entrevista nesta terça-feira, dia 17, que Manaus tem condições de ser o polo de atendimento para os casos de coronavírus na região amazônica.
Pouco antes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciar o fechamento da fronteira com a Venezuela para as pessoas, o ministro elogiou a capital por socorrer o sistema de saúde de Roraima com entrada de venezuelanos doentes pela fronteira.
“Roraima é um sistema completamente colapsado, frágil e que transborda para Manaus, que é talvez a cidade que possa ter musculatura, espaço, gente para poder ser um polo de atendimento para a região amazônica”, disse o ministro.
Ele deu a entender que essa possibilidade já vem sendo discutida no comitê de organização de crise do ministério.
Decisão difícil
Mandetta avalia esse tipo de decisão como difícil e defendeu que não haja interpretações estaduais do problema.
“Nos estados não pode haver interpretações estaduais, não entendendo o Brasil como unidade federativa onde um deve ser solidário com outro. O país tem transmissão sustentada, então necessitam que os senhores governadores dialoguem, inclusive com as instâncias superiores”, defendeu o ministro.
Segundo ele, o Brasil precisa ter harmonia e coerência na tomada de decisões.
O ministrou mandou um recado aos governadores:
“O momento é para que todos tenham foco e disciplina. Se sentirem que não estão no caminho certo podem reconsiderar”.
Ele também orientou os governadores a não só terem especialistas em saúde nos seus comitês estaduais, mas profissionais de diversas áreas para que possam tomar decisões bem estruturadas.
Fechamento da fronteira
Luiz Henrique Mandetta pode ter sido a voz mais influente junto ao presidente Bolsonaro para fechar a fronteira com a Venezuela.
Ele explicou que o Brasil tem uma fronteira complexa com a Venezuela, país que não tem condições de prestar atendimento de saúde e já vem mandando pacientes com doenças para atendimentos no país.
Na segunda-feira, dia 16, o ministro defendeu que o Brasil faça restrições para entrada de estrangeiros pela fronteira para conter novos casos do novo coronavírus.
Número
De acordo com o ministro, cerca de 500 pessoas entram no país diariamente pela cidade de Pacaraima, em Roraima.
Segundo a Agência Brasil, o ministro diz que o país mantém diálogo com Argentina e Paraguai, por exemplo, países que não seriam determinantes para conter a transmissão do coronavírus.
“No entanto, no caso da Venezuela, não há diálogo com o país”, explicou o ministro.
Foto: Reprodução/Agência Brasil