Mineração faz desmatamento recorde na Amazônia em dois anos de Bolsonaro

Desmate por mineração em Unidades de Conservação cresceu 80,62% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2019

Ferreira Gabriel

Publicado em: 06/12/2020 às 13:31 | Atualizado em: 07/12/2020 às 11:34

O desmatamento causado pela mineração na Amazônia nos últimos dois anos registrou recordes e avançou sobre áreas de conservação.

A série histórica do Deter/Inpe, que compila dados desde 2015, aponta que o mês com a maior devastação foi maio de 2019, com 34,47 km² desmatados. Em seguida, ficou julho de 2019 com 23,98 km². Além disso, 2020 teve os piores junho (21,85 km²), agosto (15,93 km²) e setembro (7,2 km²) da série.

A princípio, em um total no período desde 2015, a mineração desmatou 405,36 km² da Amazônia Legal. Este, portanto, é um dado do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Unidades de conservação

Com relação especificamente às chamadas Unidades de Conservação, o desmate por mineração cresceu 80,62% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado, aponta o Greenpeace. Essas áreas recebem esse nome porque têm características naturais relevantes que precisam ser preservadas. Dessa forma, o objetivo é proteger espécies ameaçadas e resguardar ecossistemas, por exemplo.

No entanto, as cicatrizes no solo são apenas um dos marcos da devastação por mineração.

Segundo Beto Veríssimo, engenheiro agrônomo e cofundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a atividade – principalmente quando ilegal – contamina rios e pessoas, gera violência contra comunidades tradicionais e desencadeia outras ações predatórias.

“O garimpo na Amazônia nunca está sozinho: ele abre caminho a outras atividades ilegais na floresta. Onde aparece garimpo, também ocorre exploração da madeira, invasão, pecuária nas bordas e assim por diante”, diz.

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Foto: Marcos Amend / Greenpeace

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