Com duração de 3 minutos e 6 segundos, o minidocumentário “Agonia indígena na Covid-19” retrata como a primeira onda da pandemia ‘aprisionou’ a acadêmica do 2º período de Jornalismo, Emilii Marolix, 18, por sete meses no município de Parintins, distante de Manaus a 370 quilômetros em linha reta. A princípio, esta produção audiovisual faz parte do projeto ‘Amazônia Ribeirinha’, coordenado pela professora Dra. Soriany Neves, titular do curso de Comunicação Social-Jornalismo, da Ufam-Parintins.
Pertencente a etnia Tikuna, Emilii é natural da comunidade de Filadélpia. Esta, portanto, está situada na zona rural do município de Benjamim Constant. Em vídeo gravado no celular, a estudante conta no minidocumentário a sensação de ter ficado longe de casa e não poder retornar.
“Pra nós foi terrível, estar passando por isso, longe de quem amamos, parecia filme de terror”, conta a estudante que durante esse período esteve morando junto com a irmã mais velha, Lillian Cristiane.
Conforme relato da estudante, “quando surgiu o primeiro caso em Parintins, nós não podíamos voltar pra nossa cidade, porque as embarcações já não estavam mais funcionando”. A primeira confirmação de infectado pelo vírus no município, ocorreu em 22 de março, sendo o primeiro do interior do Amazonas.
Além de não haver possibilidade de viajar, devido decreto estadual, que proibia viagens fluviais no estado, Emily apresenta outro fator negativo diante do cenário na época. “A viagem duraria entorno de 1 semana e meia, até chegarmos a nossa cidade”. Em suma, a distância entre Parintins e Benjamim Constante é de 2.231 quilômetros.
A perda do avô
Durante o período em que não pode retornar para casa, Emilii Marolix perdeu o avô Alzelhares Flores, vítima da Covid-19. Ele era um dos líderes mais influentes da etnia Tikuna.
De acordo com o minidocumentário, o líder indígena era sobrevivente do massacre dos Tikunas ocorrido em 1988, na Boca do Capacete em Benjamim Constant.
“Um dia você vai voltar pra sua casa e não vai ver mais aquela pessoa. E essa sensação é horrível, e isso acabou comigo. Eu só queria voltar pra casa”, desabafa Emilli.
A volta aos estudos
Em dezembro do ano passado, a acadêmica de Jornalismo retornou a Parintins, junto a irmã, para continuar os estudos na universidade.
Assista ao minidocumentário:
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Foto: Reprodução/ Vídeo