Ministério põe Manaus entre cidades com pior qualidade do ar
São Paulo lidera o ranking com a maior população exposta à poluição do ar, seguida por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 17/09/2024 às 06:00 | Atualizado em: 17/09/2024 às 12:06
O Ministério da Saúde divulgou um ranking com as cidades brasileiras com as piores qualidades do ar em razão das queimadas e outros incêndios florestais que atingem o país. São Paulo lidera o ranking com a maior população exposta à poluição do ar, seguida por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus.
Na semana passada, esses municípios registraram ao menos dois dias consecutivos de violações do padrão diário de qualidade do ar recomendado pela Organização Mundial de Saúde (15 μg/m³).
Os estados que apresentaram os municípios com violações acima de dois dias consecutivos foram: Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“A exposição à poluição atmosférica acima do que é recomendado pela OMS por pelo menos dois dias consecutivos aumenta a probabilidade de sintomas, agravos e internações hospitalares de doenças cardiorrespiratórias das populações”, alerta a pasta.
A pasta da Saúde diz que as áreas com os maiores focos de incêndios florestais se concentram nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil.
Os estados com os maiores números são Mato Grosso , Pará, Tocantins, Amazonas, Minas Gerais, Maranhão e Goiás.
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O Ministério da Saúde mantém monitoramento das áreas afetadas pelas queimadas e incêndios florestais por meio da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VigiAr).
A qualidade da água também é monitorada através do VigiÁgua, e em colaboração com outros órgãos orienta as áreas afetadas em relação ao provimento de água potável.
A Força Nacional do SUS está apoiando os estados e municípios mais afetados no país com as queimadas. Nesta segunda-feira (16), equipes do Ministério da Saúde visitaram o Amazonas, Acre e Rondônia.
“A Força Nacional do SUS está mobilizada para ações que se façam necessárias em apoio ao atendimento à população. Tanto o Ministério da Saúde quanto o Ministério do Meio Ambiente têm a palavra prevenção como chave”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Recomendações
Diante do cenário de seca extrema, potencializado com as queimadas que derrubam ainda mais a umidade do ar, o Ministério da Saúde reforça as seguintes recomendações:
Para a população:
– Aumentar a ingestão de água potável e procurar locais mais frescos;
– Evitar atividades físicas em áreas abertas;
– Evitar ficar próximo dos focos de queimadas;
– Pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos são mais vulneráveis aos efeitos à saúde decorrentes da exposição à poluição do ar e ao calor extremo e precisam de cuidados maiores e manutenção de consultas em dia;
-Em caso de sintomas de náuseas, vômitos, febres, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen, buscar atendimento médico.
Para os gestores:
-Reforçar o atendimento nos serviços de atenção à saúde, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA);
– Monitorar as informações de qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura;
– Monitorar oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social;
-Garantir a oferta adequada de pontos de hidratação e nebulização, avaliando a necessidade de novas estruturas junto aos serviços de saúde (tendas e salas de hidratação);
– Capacitar e orientar equipes de atenção à saúde para compartilhar informações com a população, identificar e manejar em tempo oportuno riscos e agravos à saúde, especialmente em pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos;
– Reforçar ações de promoção e atenção à saúde mental.
Com informações da Ascom/MS
Foto: divulgação/ses-am