O Ministério dos Povos Indígenas determinou a criação de um grupo de trabalho para socorrer o povo indígena madija kulina, no sudoeste do Amazonas, que enfrenta quadro de desnutrição infantil, estupro, suicídio e mortes violentas.
O Ministério Público Federal (MPF) já havia denunciado a situação para o órgão de prevenção ao genocídio da Organização das Nações Unidas (ONU).
“O grupo está em fase de elaboração e será composto por organizações da sociedade civil, do governo federal e prefeituras locais, para implementar ações de combate à desassistência que os povos vêm enfrentando e, assim, garantir a efetiva presença do Estado na região”, diz a pasta por meio de nota.
De acordo com a Folha de S.Paulo, a iniciativa de denunciar a situação dos madijas kulinas partiu de um grupo de entidades com a participação do MPF.
Subscreveram o documento integrantes da Escola de Direito da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Operação Amazônia Nativa (Opan) e tradutores da língua madija kulina.
“As demandas estão, de modo geral, relacionadas às dificuldades de acesso dos indígenas aos programas de promoção aos direitos sociais e às políticas de educação e saúde. Foram narradas ainda pelas lideranças várias situações de violência sofridas quando da estadia dos indígenas nas sedes dos municípios”, diz um trecho do documento enviado à ONU.
O ministério, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e as prefeituras de Eirunepé e Ipixuna assinaram um acordo com o MPF para formar uma rede de proteção aos indígenas da região.
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De acordo com o Cimi, o numeroso povo kulina tem suas aldeias e terras indígenas distribuídas na calha do rio Juruá e também nas margens dos rios Purus e Jutaí.
“Os kulina se autodenominam madija e falam a língua própria que pertence à família linguística arawa”.
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil