Ministra anuncia hospital na terra indígena ianomâmi

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, anunciou que já está sendo construído um hospital dentro da terra indígena ianomâmi. A unidade vai funcionar na região de Surucucu (RR) onde já existe uma pista de pouso.

“Há construção de estrutura dentro do território. Neste momento está sendo construído ainda esse hospital, dentro da base surucucu do território ianomâmi, para evitar a saída dos indígenas na sua totalidade para a cidade”, explicou.

Além da construção da unidade, a ministra explicou que continuam as tratativas com um hospital de Roraima para receber os pacientes indígenas.

“Isso para atender os indígenas que chegam em Boa Vista e para que não fiquem todos acumulados na Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena)”, explicou a ministra durante audiência na Comissão da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados, realizada esta semana.

De acordo com ela, o objetivo é evitar a situação em que foram encontrados os pacientes na Casai em fevereiro.

“Em um espaço para 300 pessoas, havia ali 720 indígenas. Isso é inadmissível, porque, mesmo aquele que não está doente, que é acompanhante acaba sendo contaminado. Nós precisamos garantir que haja um espaço adequado para que eles possam ser atendidos”, disse Guajajara.

“Há muito o que se fazer ainda? Sim, mas não vamos resolver 520 anos em 100 dias. O importante é que, no Ianomâmi, começamos as ações e temos esse plano a curto, médio e longo prazos para o atendimento à saúde”, considerou.

Retirada de garimpeiro

A ministra diz que outra prioridade é retirada dos garimpeiros das terras indígenas, um trabalho central que está sendo desenvolvido pela pasta.
“Neste momento, estamos atendendo a essa determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que é retirar os invasores tanto do garimpo ilegal nos territórios indígenas, quanto reduzir a exploração ilegal de madeira nos territórios indígenas”, afirmou.

Esse tipo de atividade, segundo a ministra, está sendo feita atualmente na terra Caiapó, Munduruku e Ianomâmi. Na trincheira Bacajá, Uru-Eu-Wau-Wau, Karipuna e Guajajara há retirada dos madeireiros.

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