Moradores de Tabatinga esperam que ações militares deixem legados

Publicado em: 04/11/2017 às 00:00 | Atualizado em: 04/11/2017 às 13:25
Em meio à finalização dos preparativos para o AmazonLog17, exercício militar multinacional voltado para treinamento de ações emergenciais humanitárias na região Amazônica, moradores de Tabatinga (AM) acreditam que o evento vai contribuir para melhorar áreas onde o município enfrenta problemas crônicos, como atendimento a saúde, segurança pública e infraestrutura.
De 6 a 13 de novembro, tropas do Brasil, do Peru e da Colômbia farão um exercício conjunto que envolve uma série de atividades de como treinamento para resgates, suprimentos, saúde, manutenção e transporte.
Sem acesso de qualidade a diversos equipamentos e serviços públicos, a preocupação da população local é menos com a interação das tropas para o exercício militar e mais com um possível legado em acesso a serviços, especialmente os de saúde.
Tabatinga tem apenas uma unidade de pronto atendimento e algumas unidades básicas de saúde.
A maioria dos atendimentos fica a cargo do Hospital de Guarnição do Exército.
No fim de outubro, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) começou a investigar uma denúncia de falta de oxigênio medicinal nos hospitais do município.
Ao lado da filha, Alice Silva Castro, de 3 anos, a dona de casa Raquel da Silva retornava do Hospital de Guarnição, onde a filha, com tosse forte, teve uma suspeita de bronquite descartada.
A dona de casa diz esperar que os militares deixassem mais médicos para a comunidade.
“Eu gostaria que ficasse algo disso tudo, um posto, algo assim. Seria uma ótima coisa se acontecesse. Tem pouco médico aqui. Pelo menos nesses dias a gente vai poder ter mais contato com os médicos”, disse.
Segurança
Outro tema que chama a atenção da população é a segurança pública.
O município ficou em segundo lugar em mortes por arma de fogo no estado, atrás apenas da capital Manaus, no Mapa da Violência 2016.
De acordo com o levantamento, no período entre 2012 a 2014, Tabatinga registrou, em média, 27,3 homicídios por ano por 100 mil habitantes.
Para a aposentada Nice de Moraes, o imenso efetivo de tropas pode ajudar a coibir a ação de criminosos.
“Eu acho que o maior legado tem a ver com a questão da violência, porque aqui a gente vive sobressaltado, quase como que no Rio de Janeiro”, reivindica.
Apesar de reconhecer que esse não é o objetivo do evento, nem o papel do Exército, ela diz que a iniciativa poderia contribuir, de alguma forma, com a redução da violência.
“Não sei se o evento vai melhorar, mas acho que, pelo menos, vai estabilizar, vai ficar mais aceitável. Acho que eles [os criminosos] vão ter uma ideia de que tem alguém olhando pela gente e vão ficar com receio de fazer alguma coisa”, declara
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Fonte: Agência Brasil
Foto: EBC