Aguinaldo Rodrigues , da Redação
O Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus emitiram sinal de alerta neste sábado, dia 23, com síndrome de gripe influenza A (H1N1) e o vírus sincicial respiratório que levaram quatro pessoas à morte neste ano.
Os sistemas de saúde municipal e estadual, via secretarias (Susam e Semsa), intensificaram orientação aos servidores sobre o manejo clínico de pacientes com suspeita da doença.
Neste ano já foram registrados 104 casos da doença respiratória, das quais 27 foram positivas para a influenza e 18 para vírus sincicial, que atingiram crianças até 2 anos. Os números são do boletim epidemiológico da síndrome gripal, da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).
As quatro mortes foram registradas em Manaus (2), Manacapuru e Parintins nesta semana, todas pela gripe influenza H1N1, e há outros casos em investigação para determinação da causa.
Segundo notas técnicas da prefeitura e governo, os primeiros meses do ano representam o período sazonal para a maior ocorrência de casos da síndrome gripal.
Para a diretora presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto, o vírus H1N1 tem alta transmissibilidade, por isso preocupa. “O vírus H1N1 circulou no segundo semestre do ano passado, nas regiões Sul e Sudeste do país, e, normalmente, esses vírus circula no Norte e Nordeste no semestre seguinte”, disse.
IMPORTANTE! Atenção para sintomas e transmissão da H1N1
A influenza é infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, caracterizada por:
» Febre alta de início súbito;
» Intensas dores musculares e articulares;
» Dor de cabeça;
» Dor de garganta; e
» Coriza
A gripe é transmitida pessoa a pessoa, ao falar, tossir, espirrar, principalmente, e pelas mãos que transmitem o vírus por contato direto ou contaminando superfície e objetos.
Portanto, lave frequente as mãos, use álcool em gel, evite aglomerados e exposição de menores de 5 anos ao clima chuvoso.
A importância da identificação rápida
Identificar o mais rapidamente possível que a pessoa está acometida da gripe é a principal preocupação dos sistemas de saúde, que orientam para que os profissionais das unidades tenham muita atenção na hora de receber um paciente.
Com isso, crescem bastante as chances de que a doença se agrave e de que o vírus seja transmitido para outra pessoa.
Rosemary afirma que a medicação contra a H1N1 tem maior eficiência terapêutica quando ministrada durante as primeiras 48 horas de apresentação dos sintomas da doença.
“Gripe não deve ser banalizada e negligenciada, por isso, é preciso ficar atento para não procurar as unidades de saúde em estado crítico”, alertou.
Redes reforçadas com antiviral
A Secretaria de Saúde (Susam) anunciou reforço das suas unidades com 49 mil cápsulas de antiviral, além de definir os protocolos clínicos e manejos dos casos.
“Nossa rede está abastecida com a medicação para o tratamento das síndromes gripais agudas e é importante que as pessoas procurem as unidades diante dos sintomas. Principalmente aquelas que estão na faixa de risco e não se vacinaram ano passado”, disse o vice-governador e secretário de Saúde, Carlos Almeida Filho.
O estado também iniciou nas maternidades uma campanha para imunização de bebês prematuros contra o vírus sincicial com a vacina palivizumabe.
A medicação para o tratamento com antiviral em casos de síndrome gripal terá a sua dispensação mediante receita médica (comum em duas vias), destinado aos pacientes que possuem condições e fatores de risco, conforme avaliação clínica (suspeita e diagnóstico), estando disponível nas seguintes unidades básicas de saúde (UBS) da rede Semsa/Prefeitura de Manaus:
Leste
Leonor Brilhante (Tancredo Neves); Amazonas Palhano (São José); Alfredo Campos (Zumbi) e Gebes Medeiros (Jorge Teixeira).
Norte
Augias Gadelha (Ribeiro Júnior, Cidade Nova); Sálvio Belota (Santa Etelvina); José Figlioulo (Lago Azul); Balbina Mestrinho (Núcleo 3, Cidade Nova).
Oeste
Leonor de Freitas (Compensa); Deodato Miranda Leão (Glória).
Sul
Dr. José Rayol (Chapada); Morro da Liberdade.
Rural
UBS fluvial Dr. Antônio Levino, Dr. Ney Lacerda, Ada Viana Rodrigues (Comunidade Nova Canaã); Pau-Rosa (ramal do Pau-Rosa, km 21 da BR-174); São Pedro (Comunidade Bom Jesus – AM-10); Ephigênio Sales (ramal Água Branca 2, km 45 – AM-10); Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora de Fátima; e Nossa Senhora do Livramento (comunidades do Tarumã-Mirim).
Quem corre mais risco
A população indígena, gestantes, puérperas, crianças menores de 2 anos e idosos são considerados público de maior risco.
Também estão nesse grupo as pessoas com pneumopatias (incluindo asma), cardiovasculopatias (infarto agudo do miocárdio, isquemia, aterosclerose, hipertensão arterial, arritmias…), doenças hematológicas (leucemia, anemia…), distúrbios metabólicos (fenilcetonúria, lipidoses…), transtornos neurológicos e do desenvolvimento que possam comprometer a função respiratória, imunossupressão, nefropatias e hematopatias.
Vacinação e prevenção
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina contra a gripe influenza A (H1N1) em campanha realizada anualmente em todo o Brasil. Neste ano está prevista para abril.
A meta da campanha 2018 era vacinar 90% do público-alvo, mas gestantes, menores de 2 anos e os próprios profissionais de saúde não atingiram a cobertura vacinal necessária. Foram vacinadas, durante a campanha, 810.093 pessoas com cobertura vacinal de 87,2%.
Com informações da Secom (governo) e Semcom (prefeitura)
Foto: Divulgação/Semcom