Mourão chama Conselho da Amazônia e quer mais operações na região

Relatório do Inpe mostrou alta de 22% no desmatamento na Amazônia entre 2020 e 2021

Mariane Veiga

Publicado em: 22/11/2021 às 11:21 | Atualizado em: 22/11/2021 às 11:53

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (22) que é preciso “manter a pressão nas operações” contra crimes ambientais na Amazônia.

Além disso, avançar em outras áreas, como pagamento por serviços ambientais e regularização fundiária.

Na semana passada, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que a área desmatada na região passou de 13.235 km² entre agosto de 2020 e julho de 2021, o que representou aumento de 22% no desmatamento.

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Mourão comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal e deu a declaração ao ser questionado se haverá algum ajuste nas ações do governo após o resultado divulgado pelo Inpe. O conselho se reunirá nesta terça (23).

“Tem que manter a pressão nas operações, né? Mas, também, tem que avançar os outros aspectos, senão a gente não consegue resolver o problema”, afirmou o vice.

Desmatamento

Os números divulgados pelo Inpe fazem parte do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais.

O Prodes é diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que mostra os alertas mensais e já sinalizava tendência de aumento da devastação.

“Tem que avançar a regularização fundiária e o pagamento por serviços ambientais, de modo que o proprietário da terra entenda que, ele tendo 80% da sua área preservada, aquilo vai dar um recurso para ele anualmente e vai compensar muito mais do que ele estar na ilegalidade e desmatar”, afirmou Mourão nesta segunda.

No caso dos serviços ambientais, a regulamentação do mercado de carbono foi um dos temas em debate na conferência sobre o clima da ONU, a COP26, realizada no início do mês na Escócia, onde o Brasil se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal até 2028.

Nesse mercado, uma organização que emite os gases paga a outra, que gera créditos para neutralizá-los.

Assim, o carbono emitido é compensado. A cada uma tonelada métrica de CO2 não emitida, é gerado um crédito.

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Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República