Em videoconferência com empresários brasileiros, nesta sexta-feira, dia 10, o vice-presidente Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia, disse a eles que o governo federal vai decretar na próxima semana a proibição de queimadas na região por 120 dias.
Segundo o vice, a moratória do fogo será importante para conter as queimadas no período de seca na região que vai até novembro.
Além da moratória, o vice anunciou o lançamento de um projeto para facilitar a regularização de terras na Amazônia que será feita por meio de dados de satélites.
Apesar do repasse ao Ministério da Defesa de R$ 520 milhões do fundo do acordo da Lava Jato para combater desmatamento na Amazônia, Mourão reclamou aos empresários que falta dinheiro para o Exército que está fazendo o enfrentamento da devastação com recursos próprios.
Mourão voltou a afirmar que o recorde de alerta de desmatamento na região no mês de junho ocorreu porque as ações do governo federal começaram “tarde”.
De acordo com o Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no mês junho houve recordes nos alertas de desmatamento.
Foram registrados 1.034,4 km² de área desmatada, sendo recorde para o mês em toda a série história iniciada em 2015.
Para o vice-presidente, o ideal seria ter iniciado a Operação Verde Brasil em dezembro do ano passado.
Após a criação do Conselho da Amazônia, em fevereiro de 2020, o governo anunciou a operação em maio. As Forças Armadas atuaram na região por 60 dias no ano passado.
“Um dos primeiros itens é o combate ao desmatamento, que nós viemos efetuando desde maio. Eu já coloquei para vocês várias vezes que as ações contra o desmatamento tinham que ter começado em dezembro do ano passado, que é quando ele começa efetivamente”, disse o vice em entrevista à imprensa.
“Tenho colocado que nós vamos prosseguir nesse tipo de trabalho até o final de 2022, ou até a turma que desmata se dê conta que não dá mais para fazer isso”, completou.
Reunião
Mourão substituiu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na liderança das ações do desmatamento na Amazônia para mostrar resultados, sobretudo para a comunidade internacional, mas até o momento a situação é crítica.
Após o encontro, o vice declarou que os empresários cobraram resultados. “O maior problema que foi expressado por todos é a questão do combate ao desmatamento. Na realidade, o que acontece, vamos ser muito claros: se nós apresentarmos resultados concretos de queda do desmatamento, está resolvido o problema. A coisa é simples”, disse.
Participaram do encontro por videoconferência com o vice representantes de empresas como Natura, Suzano, Shell, Cargill, Marfrig, Itaú e Vale.
Foto: Alan Santos/PR